Tratando de promoção da saúde, temos diferentes modelos ou tendências: um proposto pela saúde coletiva brasileira e outros oriundos do Canadá.

Desde o Relatório Lalonde publicado em 1974 no Canadá, e mais especificamente após a Conferência Internacional de Promoção à Saúde em 1986 em Ottawa, o entendimento de promoção da saúde rompeu com o modelo de níveis de prevenção de Leavell e Clark, sustentado durante décadas.

O modelo de Leavell e Clark, proposto originalmente para explicar a História Natural da Doença apresenta três níveis de prevenção: primário, secundário e terciário. No nível primário que defendia a existência de um nível primário de prevenção, é apresentada como uma das ações a promoção da saúde. É importante ressaltar que nesse modelo o foco central é a prevenção da doença. Assim, o modelo trata, na verdade, de doença e não de saúde. E a promoção da qual falamos, trata de saúde que não é o contrário de doença.

Clique na seta da animação a seguir e conheça um pouco mais sobre os modelos oriundos do Canadá:

Para Paulo Buss (2003), de um modo geral, as formulações de promoção da saúde podem ser reunidas em duas grandes tendências.

Como tínhamos afirmado antes, as tendências para discussão de promoção da saúde têm em comum a importância do social. A divergência é no entendimento do significado deste social, também "divergem em relação ao lócus de priorização das ações em saúde e a perspectiva com que trabalham o tema sujeito" (CARVALHO, 2008).

A promoção da saúde canadense apresenta uma maior heterogeneidade de correntes, sendo marcada por um arcabouço teórico estrutural funcionalista, discutindo com superficialidade temas como sistema de atenção e prática clínica. Além disso, constitui-se enquanto um movimento profissional-burocrático envolvendo principalmente academia e burocracia estatal. Os profissionais de saúde têm uma participação marginal no desenho e implementação desta abordagem, o que facilita a manutenção da dualidade de saberes e práticas no campo da saúde.

Saiba mais:

Para aprofundar seus estudos sobre Promoção da Saúde recomendamos a leitura do artigo:

Promoção da Saúde e Qualidade de Vida, de Paulo Buss.

Percebe-se que há uma vertente minoritária que procura superar as ambiguidades da Carta de Ottawa* ,colocando em destaque conceitos como "empowerment comunitário" e "empowerment education".

Ima1 Carta de Ottawa - Documento emblemático no movimento da Promoção da Saúde resultante da I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde realizada na cidade de Ottawa, Canadá, em 1986. Promoção da saúde consiste em proporcionar aos povos os meios necessários para melhorar a sua saúde e exercer um maior controle sobre ela. São apresentados como campos de ação da promoção da saúde: políticas públicas saudáveis, ambientes favoráveis à saúde, fortalecimento da ação comunitária, desenvolvimento de habilidades e atitudes pessoais e reorientação do sistema de saúde.

 

Nesse contexto, saúde deve ser entendida como a capacidade para viver a vida de modo autônomo, reflexivo e socialmente responsável, cujo núcleo de intervenção do setor saúde deve ser em torno dos "serviços e territórios" através da politização das práticas sanitárias, tendo como objetivo a produção de bens e serviços, a produção de cidadãos (usuários e trabalhadores) e a democratização institucional.

Neste estudo abordamos os diferentes modelos conceituais de promoção de saúde. Você conseguiu identificar as semelhanças e diferenças entre os modelos? Percebeu a importância das questões sociais nestes modelos? Então você atingiu os objetivos deste estudo.

Faça a autoavaliação a seguir e verifique seu aprendizado; caso não tenha um desempenho satisfatório, refaça seus estudos.

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