Para que possamos entender o perfil de saúde da população, são necessários indicadores de saúde, isto é, informações sobre a saúde da nossa população que possam ser avaliadas sistematicamente. Toda ação em saúde parte do pressuposto de um impacto esperado em termos de melhoria das condições atuais. Para medir esse impacto, são utilizados indicadores de saúde.

Os indicadores de saúde são frequências relativas compostas por um numerador e um denominador que fornecem informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões relacionados às condições de vida da população e ao desempenho do sistema de saúde.

A qualidade dos indicadores de saúde vai depender de:

  • sua validade (capacidade de medir o que se pretende),
  • confiabilidade (reprodutibilidade),
  • mensurabilidade,
  • relevância e
  • custo-efetividade.

Para que sejam efetivamente utilizados, precisam ser

  • organizados,
  • atualizados,
  • disponibilizados e
  • comparados com outros indicadores.

Os indicadores de saúde devem estar voltados para o interesse específico da unidade de saúde que vai utilizá-los. Quem melhor define os indicadores são os profissionais da saúde, a população e os gestores diretamente envolvidos no processo de trabalho. Você consegue perceber a responsabilidade de cada profissional na alimentação desses dados para que possam realmente representar a realidade da saúde pública?

Veja as principais modalidades de indicadores de saúde.

Reflexão:

Por que um enfermeiro, um médico ou um dentista da Estratégia de Saúde da Família precisa saber calcular e interpretar indicadores usados em Epidemiologia? Não basta prestar uma boa assistência aos pacientes quando eles procuram a Unidade de Saúde, ou seja, resolver clinicamente o problema de saúde quando ele aparecer?

Os profissionais da saúde da família necessitam, sim, conhecer os indicadores da saúde de sua região e também saber calculá-los e interpretá-los. Somente com essa visão mais global, mais sistêmica, conseguem ir além do atendimento clínico, que é essencial, mas não suficiente!!

E durante muito tempo foi essa lógica reducionista, de pensar que bastava o atendimento clínico, que predominou nos serviços de saúde do Brasil, mas ela já está sendo mudada.

A Unidade de Saúde e seus profissionais já não podem apenas esperar passivamente a demanda de pessoas batendo à porta em busca de assistência a um problema individual. É necessário que a equipe da saúde conheça o perfil epidemiológico da população adstrita, ou seja, de que ela adoece, quais as principais queixas que a leva à Unidade de Saúde, de que ela morre, por quais motivos é internada, quais são os principais fatores determinantes das doenças na população, etc. Além disso, precisa saber qual é a sua composição etária, quantas crianças nascem e até quantos anos vive em média.

Todas essas informações permitirão que a equipe da saúde planeje com antecedência como organizará o serviço de saúde para atender às queixas mais comuns das pessoas e, melhor, poderá pensar em estratégias para impedir que problemas de saúde evitáveis ocorram. Por fim, se a equipe dispuser dessas informações ao longo do tempo, poderá, inclusive, avaliar se as ações que está desempenhando são efetivas.

Veja os exemplos mostrados  abaixo por uma profissional da Estratégia Saúde da Família:

Saiba mais:

Para conhecer mais sobre indicadores e informações em saúde, não deixe de acesar o site da RIPSA (Rede Interagencial de Informações para a Saúde). A Rede congrega instituições responsáveis por informação em saúde no Brasil, com o objetivo de produzir subsídios para políticas públicas de saúde e disponibiliza uma serie de documentos de grande interesse sobre indicadores e informações em saúde. Acesse esta Rede pelo endereço:

http://www.ripsa.org.br/php/index.php

 

A seguir realize a autoavaliação deste conteúdo.

Neste estudo você conheceu a importância dos indicadores de saúde. Entendeu que são necessários para avaliar o bem-estar da população. Conscientizou-se que os profissionais da saúde da família necessitam conhecer os indicadores da saúde de sua região e também saber calculá-los e interpretá-los. Somente com essa visão mais global, mais sistêmica, conseguem ir além do atendimento clínico, que é essencial, mas não suficiente!!

Se você conseguiu perceber todos estes fatores, você atingiu o objetivo deste estudo, parabéns!