No Brasil, os Sistemas de Informações em Saúde são divididos em vários subsistemas. O que trata das informações sobre os nascidos vivos é chamado de Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). O SINASC coleta dados sobre todos os nascidos vivos no Brasil, independentemente se o nascimento se deu numa instituição pública, privada ou no domicílio.
Atualmente no Brasil, logo após o parto, é preenchida a Declaração de Nascido Vivo (DN) por um profissional treinado, não necessariamente por um médico. A DN foi criada no Brasil em 1990 e, desde então, passou por reformulações, mas continua sendo um documento padronizado pelo Ministério da Saúde para todo o território nacional.
A DN é composta por diferentes blocos de informações.
No primeiro, constam dados sobre o Cartório de Registro Civil no qual o nascimento foi registrado. Em seguida aparecem os dados sobre:
1 - o local de ocorrência do parto (por exemplo, rua, CEP e município de ocorrência);
2 - identificação, características e história reprodutiva da mãe (por exemplo, estado civil, escolaridade, número de filhos tidos em gestações anteriores, idade e residência);
3 - a gestação e o parto (por exemplo, duração da gestação, tipo de parto e número de consultas pré-natais),
4 - os recém-nascidos (por exemplo, índice de Apgar, peso ao nascer e sexo);
5 - a impressão digital da mãe e plantar da criança;
6 - a identificação do responsável pelo preenchimento da DN. Essas informações que estão na DN são as que você poderá obter através do SINASC.
Acompanhe também as vantagens e as limitações do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos!
Vantagens do SINASC
São as mesmas do SIM: há cobertura nacional e alta abrangência; o preenchimento da DN é obrigatório; o registro civil é gratuito nos cartórios e a qualidade do preenchimento dos dados vem sendo aprimorada.
Limitações do SINASC
Mais uma vez, destaca-se o sub-registro dos dados em muitas localidades do país. Diversas crianças nascem e não têm preenchida a sua DN, com toda a repercussão legal e social que isso acarreta a elas.
Mesmo quando preenchida a DN, em alguns casos, há registro inadequado ou incompleto dos campos que a compõem. Por exemplo, pode faltar o total de consultas de pré-natal da mãe ou o seu endereço residencial. De qualquer maneira, como dito anteriormente, o preenchimento vem melhorando muito, e o SINASC é onsiderado um sistema de informações bastante confiável
Na Prática:
Veja agora como a análise dos dados do SINASC pode nos dar informações preciosas.
Inicialmente, leia o artigo dos Cadernos de Saúde Pública – “Prematuridade e fatores associados no Estado de Santa Catarina, Brasil, no ano de 2005: análise dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos” – acessando o endereço http://www.scielo.br/pdf/csp/v24n5/09.pdf.
Verificamos que, em Santa Catarina, a proporção de crianças com baixo peso ao nascer aumentou de 5,5%, em 2000, para 6,1%, em 2005; que a idade média das mães era de 25,8 anos, em 2005; e que 37% delas não tiveram o recomendado de sete ou mais consultas durante o pré-natal.
Utilizando algumas técnicas estatísticas mais sofisticadas, também observamos que a chance de a criança nascer prematura foi maior em mães com idade superior a 40 anos e inferior a 20 anos, aquelas com menor número de consultas pré-natal e aquelas submetidas ao parto cesariano.
Viu quanta informação para a Saúde Pública o grupo de pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina obteve com os dados do SINASC?
Como podemos ver, não há mistérios em conhecer informações sobre os Nascidos Vivos em Santa Catarina. Para isso, siga os procedimentos descritos na sequencia.
Link:
Os dados de nascidos vivos de todo o Brasil estão disponível no site do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Acessar esses dados é muito simples e, para facilitar ainda mais, preparamos um vídeo com uma simulação de acesso. Depois de assisti-lo, certamente você conseguirá verificar os dados sobre os nascidos vivos de seu país, estado ou município com apenas algumas tecladas no seu computador.