Participação social é o processo mediante o qual os diversos grupos sociais tomam parte dos processos decisórios em uma determinada sociedade. Não é um processo de concessão, mas uma conquista traduzida por ser um eixo político que deve ser encarada dentro da noção da ética da responsabilidade. O SUS é resultado de uma ampla mobilização social cujas reflexões e negociações consolidaram o ideário do sistema na Constituição de 1988.

O controle é exercido pela sociedade através da presença e da ação organizada de diversos segmentos ou movimentos sociais.

Veja a seguir mais detalhes sobre a Conferência de Saúde e Conselho de Saúde:

A Conferência de Saúde é um espaço amplo de discussão e reflexão de diferentes segmentos da sociedade civil organizada sobre os problemas e ações desenvolvidas na área.
Dela saem as proposições de diretrizes e cabe ao poder executivo ou ao próprio Conselho de Saúde convocá-la e organizá-la em uma periodicidade de até 4 (quatro) anos.

 

O Conselho de Saúde é um órgão colegiado, composto por três segmentos:

  • Representante do governo e prestadores de serviços,
  • representantes dos profissionais de saúde e
  • representantes dos usuários do sistema.

Esse conselho tem caráter permanente, deliberativo, e sua atuação refere-se à formulação de estratégias e ao controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, em cada esfera de governo correspondente.

A institucionalização da participação social contribuiu muito para o avanço da democratização da gestão pública e implementação do SUS e surgiram também outros tipos de conselhos:

  • conselhos distritais,
  • conselhos gestores,
  • conselhos locais.

Porém é preciso refletir sobre o tipo de participação e o nível de decisão efetivado; sobre a composição e representação dos conselheiros; sobre a capacitação dos conselheiros sobre o funcionamento do sistema; e sobre a transparência das decisões.

Afinal é necessário ter claro a existência de diversos interesses envolvidos no processo de gestão, enquanto que a coletividade exerce sua vontade autônoma.

Os profissionais que atuam nessa lógica estão especialmente implicados na construção e consolidação das instâncias participativas, particularmente com os Conselhos Locais de Saúde.

Reflexão:

Mas pode-se dizer que somente a mobilidade do profissional da saúde garante a participação social e a construção das instâncias de controle social? Ou ainda, é válido afirmar que ao ser instalado um Conselho Local de Saúde em uma comunidade, ele automaticamente passa a responder pelo controle social das ações de saúde implementadas? Estamos longe de encontrar respostas positivas para estas afirmações.

A mobilidade dos profissionais de saúde ligados à ESF é um dos muitos elementos que possibilitam a participação e a construção do controle social.

A integralidade ao romper com as práticas cristalizadas de se entender e realizar o processo de trabalho em saúde e avançar na construção de uma prática de cuidar mais participativa, ética, solidária e centrada no vínculo estabelece o alicerce da participação social.

Relembrando:

Lembre-se que todo este módulo trata de um grande repensar sobre o processo de trabalho das equipes de saúde da família.