Práticas educativas

Na Unidade 1 deste módulo, você entrou em contato com inúmeras situações presentes no Alojamento conjunto. Também conheceu alguns aspectos importantes no que se refere ao processo educativo, que deve permear o cuidado voltado para o binômio mãe/filho, o pai e os demais familiares. Como apontado anteriormente, as práticas educativas desenvolvidas junto a estes atores durante a permanência no Alojamento conjunto devem ser norteadas pelo princípio da diversidade cultural e da dialogicidade, de forma horizontal. Isto se deve ao fato de entrarmos em contato com a multiplicidade de crenças, valores, estilos de vida e práticas culturais de cuidado da mulher e do bebê e que vem à tona no processo de parto e nascimento. Portanto, o(a) enfermeiro(a) deve ser capaz de considerar estas dimensões ao intervir ou desenvolver suas ações.

Assim sendo, este estudo trará para você alguns lembretes que devem estar presentes quando o assunto é educar a partir de práticas que garantam um processo de viver mais saudável.

As práticas educativas são ferramentas a serviço do cuidar. Observe na animação a seguir o que podemos entender por educação.

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Paulo Freire, grande educador brasileiro, já definia a educação como um processo permanente, em que educandos e educadores desvelavam o mundo em comunhão alicerçada na dialogicidade. Esta permite a troca, que considera a diversidade e a multidimensionalidade de cada ser envolvida no processo. Na abordagem de Paulo Freire (1993) sobre educação, constatam-se igualmente considerações acerca da sua visão humanista, o que nos remete ao princípio da humanização como um vetor constante nas ações em saúde. De igual forma, elementos como a reflexão e a ação são conceitos que permeiam o que seja educar na concepção freiriana (FREIRE, 1983). Estas considerações têm a intenção de levar você a refletir sobre o seu fazer e sobre a forma de como a educação tem sido utilizada como uma ferramenta importante no processo de cuidar em enfermagem.

Palavra do Profissional

Estas indagações nos ajudam a seguir adiante, a fim de que possamos construir, daqui para frente, ações cada vez mais sistematizadas de práticas educativas no Alojamento conjunto, a fim de beneficiar ainda mais nossa clientela. Lembre-se que somos cuidadores por formação profissional e igualmente educadores.

Destaca-se que Bastable (2010) reforça a importância do ensino como parte do papel do(a) enfermeiro(a), pois só assim pode-se contribuir efetivamente para a prevenção de doenças e para a promoção da saúde em suas mais diversas áreas de atuação.

Práticas educativas individuais
Um ponto importante a definir é a quem se destinam as práticas educativas desenvolvidas no contexto do Alojamento conjunto. Neste contexto, encontramos a mulher-mãe com o seu recém-nascido, o pai que atualmente está cada vez mais presente neste cenário e os demais familiares, com ênfase especial, as avós maternas e paternas. Inegavelmente nosso foco profissional tem centrado as atenções nas práticas educativas direcionadas à mulher-mãe.

Para esta, são feitas inúmeras orientações, que vão desde como amamentar o bebê até as recomendações de como cuidar de si mesma nos dias seguintes à saída da maternidade. Portanto, temos muito a orientar. Nas unidades anteriores você já deve ter percebido que é possível sistematizar tais orientações, sejam estas centradas nos cuidados com o bebê, seja consigo mesma.

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Outro aspecto importante são as ferramentas que você vai utilizar para as práticas educativas de natureza individual. Pesquise em seu setor e verifique o que você dispõe para facilitar o aprendizado, como ilustrações, álbuns seriados, folders com conteúdo gráfico adequado e informações relevantes, filmes, bonecos, etc. Pense a respeito disso e lembre que para cada atividade é necessário ter em mente algumas questões:

• Quais as demandas de informação vindas da mulher-mãe?
• Que tipo de informação eu vou disponibilizar?
• Que recursos vou utilizar?