Atenção Integral à Saúde da Criança

A criança, o meio ambiente e a família

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A criança, o meio ambiente e a família

Desde o momento de sua concepção, e mesmo durante o período intrauterino, a criança já pode ser considerada parte integrante da sociedade na qual foi gerada, sofrendo, portanto, as consequências das condições sociais, históricas e familiares que a cercam.

Neste sentido, propõe-se aqui discutir questões que circundam a criança e os distintos ambientes em que ela vive. Pretende-se identificar a influência exercida pelo meio ambiente e pela família no processo saúde-doença da criança e, consequentemente, planejar ações que promovam qualidade de vida, na perspectiva do processo de gestão compartilhada do cuidado em que, tanto familiares como profissionais, sejam corresponsáveis pela saúde da família.

A comunicação com a criança e a família

O profissional da atenção básica, pelo fato de, idealmente, acompanhar toda a família na ESF, com o apoio do NASF, tem a possibilidade de estabelecer um vínculo especial com todos. Esta condição lhe dá a oportunidade de conhecer melhor a dinâmica familiar, facilitando desse modo o processo de acompanhamento da criança.

Muitas vezes, são estes profissionais que realizam o pré-natal da mãe, atendem o pai e os avós da criança.

Esta estratégia está bem desenvolvida no projeto Bright Futures, que mostra dezenas de sugestões daquilo que os autores chamam de perguntas-gatilho, destinadas às mais distintas faixas etárias (DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2004).

Segundo Murahovschi (2006), é importante ter sutileza ao adentrar na vida do casal, nos seus conceitos, códigos, padrões éticos e religiosos, pensamentos, estrutura familiar e cuidados. Ouvir, trocar ideias, informar e deixar o casal falar são condutas indicadas. As consultas mais producentes costumam ser aquelas baseadas nas questões levantadas pela família ou pela criança. Tentar se colocar no lugar dos pais, entender suas fragilidades e ao mesmo tempo criar identificação com a criança. É fundamental discutir e esclarecer dúvidas, tendo em vista que evitar a ansiedade na família pode prevenir somatizações e problemas emocionais.

Busque uma aliança terapêutica com a família. A comunicação com a família envolve certa carga emocional, que por vezes é difícil para o profissional de saúde, mas isso é normal. Contudo, é importante procurar refletir sobre os seus sentimentos, ao invés de negá-los.

É útil falar acerca de suas angústias na consulta, em reuniões clínicas, discussões de casos, apoio matricial e supervisões.

Souza, Döhms e Carcereri

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