Veremos a seguir o uso e a forma de cálculos dos principais indicadores de mortalidade usados na Saúde Pública. Veremos, num primeiro momento, a mortalidade proporcional e, em seguida, o coeficiente geral de mortalidade. Por fim, trataremos da mortalidade infantil e da mortalidade materna.

Mortalidade proporcional

Podemos calcular a(s):

  • Mortalidade proporcional por causas
  • Mortalidade proporcional por idade
  • Curvas de mortalidade proporcional

 

1. A mortalidade proporcional por causas pode ser definida como:

Na Prática:

 

2. Mortalidade proporcional por idade

Um indicador muito utilizado para comparar regiões com diferentes graus de desenvolvimento, criado em 1957, é o Indicador de Swaroop-Uemura ou Razão de Mortalidade Proporcional (RMP). Este indicador é calculado pela fórmula:

Ele permite classificar regiões ou países em quatro níveis de desenvolvimento:

  • 1o nível (RMP =75%): países ou regiões onde 75% ou mais da população morre com 50 anos ou mais, padrão típico de países desenvolvidos;
  • 2o nível (RMP entre 50% e 74%): países com certo desenvolvimento econômico e regular organização dos serviços de saúde;
  • 3o nível (RMP entre 25% e 49%): países em estágio atrasado de desenvolvimento das questões econômicas e de saúde; e
  • 4o nível (RMP< 25%): países ou regiões onde 75% ou mais dos óbitos ocorrem em pessoas HTML com menos de 50 anos, característico de alto grau de subdesenvolvimento.

Atualizando: utilizando-se dados referentes a 34 países em quatro épocas (1950, 1960, 1970 e 1980), foi verificado que a porcentagem de óbitos de pessoas com 50 anos ou mais não proporcionou o maior poder de discriminação entre países mais e menos desenvolvidos, em qualquer das épocas; nas duas últimas, foi a percentagem de óbitos de pessoas com 75 anos ou mais que correspondeu a esse maior poder. Foi sugerida a conveniência de reformulação das classes propostas por Swaroop e Uemura, definindo-se outras baseadas na RMP dada por pessoas com 75 anos ou mais.

Perceba no Quadro abaixo a signifi catica diferença entre Santa Catarina e Amapá. Enquanto no estado catarinense 33,5% dos óbitos ocorreram entre pessoas com 75 de idade ou mais, no Amapá, este percentual chegou a apenas 17,9%.

 

3. Curvas de mortalidade proporcional

As curvas de mortalidade proporcional, ou como são conhecidas, Curvas de Nelson de Moraes, receberam este nome em homenagem ao sanitarista brasileiro que as idealizou em 1959.

São construídas a partir da distribuição proporcional dos óbitos por grupos etários em relação ao total de óbitos.

O seu formato gráfico permite avaliar o nível de saúde da região estudada.

Os grupos etários considerados nas curvas são:

  • menores de 1 ano,
  • 1 a 4 anos,
  • 5 a 19 anos,
  • 20 a 49 anos e
  • 50 anos ou mais, correspondendo, esta última, à faixa etária do indicador de Swaroop-Uemura.

Dica:

As variações da curva de mortalidade proporcional representam distintos níveis de saúde. Estes níveis são analisados pelo desenho da curva: observe também que a comparação de curvas nas quais as escalas são diferentes tornava às vezes dificulta as comparações.

Clique nos gráficos para ampliá-los.

Figura 1 – Variações da curva de mortalidade proporcional
Fonte: Laurenti e Mello Jorge. Estatísticas de Saúde, 1985

Essas curvas são classificadas como nível de saúde elevado, pois a maior parte dos óbitos ocorrem acima de 50 anos (71,9% no Brasil e 73,9% em Santa Catarina), e a menor parte ocorre entre menores de 1 ano de idade (4,7% no Brasil e 3,7% em Santa Catarina), configurando uma curva em formato que se assemelha à letra “jota”. Percebe-se um padrão diferente no Amapá, onde a proporção de óbitos entre os mais jovens é expressivamente maior. A crítica a essa curva é a sua atual reduzida capacidade de discriminar desigualdades entre regiões, pelos mesmos motivos citados acima em relação ao indicador de Swaroop-Uemura.

Clique nas opções Amapá, Santa Catarina e Brasil para construir as curvas do gráfico da Curva de Nelson de Moraes para o Brasil, Santa Catarina e Amapá, 2006.

 

Coeficiente Geral de Mortalidade (CGM)

O coeficiente de mortalidade geral, ou taxa de mortalidade geral, se refere a toda uma população. Esse indicador se diferencia da Mortalidade Proporcional, que vimos acima, por ter no denominador a população sob risco de morrer e não o total de óbitos.

Aprofunde seus conhecimento sobre Coeficiente Geral de Mortalidade acessando o link a seguir:

 

Taxa de mortalidade específica

A mortalidade também pode ser analisada de maneira mais detalhada, como por determinada causa ou em uma faixa etária ou sexo específico. Nesses casos trata-se da taxa de mortalidade específica.

 

Taxa de mortalidade infantil

A taxa ou coeficiente de mortalidade infantil é uma estimativa do risco de morte a que está exposta uma população de nascidos vivos em determinada área e período, antes de completar o primeiro ano de vida.

 

Taxa de mortalidade materna

Continuamos os nossos estudos sobre mortalidade, só que agora tratamos sobre a mortalidade materna, que é um indicador utilizado mundialmente como referência de desenvolvimento e qualidade de vida.

Agora para finalizar você pode realizar uma autoavaliação.

Neste estudo dos indicadores de mortalidade você conheceu os indicadores proporcionais por causa e por idade, a curva de mortalidade proporcional e ou Coeficiente Geral de Mortalidade (CGM). Viu alguns gráficos e tabelas, foi orientado a interpretá-los adequadamente, entendeu como se calcula as taxas de mortalidade especifica, infantil e materna. Este era seu objetivo no estudo. Parabéns, você finalizou!