A saúde da criança tem como eixo norteador o processo de crescimento e desenvolvimento na infância. O acompanhamento desse processo de forma ampliada é realizado por vários profissionais, com a participação do enfermeiro, médico, psicólogo, odontólogo, assistente social, fisioterapeuta, auxiliares e técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, entre outros.
A criança necessita receber o cuidado de forma sistematizada e os profissionais envolvidos no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil precisam estabelecer e manter uma comunicação efetiva entre si (OLIVEIRA, CADETTE, 2009*).
* OLIVEIRA, P. S. et al. Comunicação terapêutica em enfermagem revelada nos depoimentos de pacientes internados em centro de terapia intensiva. Revista Eletrônica de Enfermagem. [online] 2005. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/revista7_1/original_05.htm.
De igual forma, é importante uma comunicação oral clara, objetiva e intersubjetiva entre os sujeitos, buscando a qualidade da atenção à saúde da criança e sua família, fazendo das anotações de enfermagem indispensáveis no prontuário da criança para documentar o processo de seguimento de sua saúde.
Tanto no que foi abordado sobre os registros e processos de comunicação na saúde da mulher, muitas instituições já utilizam o SEIS na modalidade do prontuário eletrônico. Isso facilita a inclusão de informações e o acompanhamento da criança por parte de toda a equipe de saúde. Entretanto, o uso do SEIS não é uma unanimidade nacional. Neste caso, muitos setores e instituições ainda utilizam o prontuário e os registros em papel.
No que se refere à criança, as instituições hospitalares, além do prontuário (eletrônico ou não) fazem uso do que em muitos lugares se denomina como “folha de observação complementar”, que contém o acompanhamento do cuidado realizado e da situação da criança nas primeiras vinte e quatro horas. Habitualmente todos os profissionais da equipe de saúde podem nele registrar informações sobre a criança. Contudo, grande parte destes registros é efetuada pelo profissional de nível médio (técnico de enfermagem). Neste contexto o(a) enfermeiro(a) precisa estar atento ao conteúdo e qualidade das informações registradas, devendo muitas vezes capacitar a equipe, sobre estes.
No contexto da saúde da criança é conveniente retomar a importância da Sistematização da Assistência, com uma ferramenta útil no atendimento a esta clientela. Reforça-se igualmente a pertinência da Consulta de Enfermagem à criança, habitualmente realizada e organizada nas unidades de atenção básica e/ou ambulatórios. Nestas, a sistematização das informações e sua organização tem as mesmas etapas apontadas anteriormente no conteúdo sobre uso desta na atenção à mulher.
Apesar de todo o avanço tecnológico que temos hoje e do uso dos prontuários eletrônicos no SEIS, gostaríamos de retomar a importância dos registros a serem efetuados nas Cadernetas de Saúde da Criança. Muitos dos prontuários eletrônicos utilizados nas unidades de saúde contêm os mesmos elementos da Caderneta de Saúde da Criança. Contudo, ressaltamos que a Caderneta em papel é aquela que a família utiliza para eventuais acompanhamentos e instituições que muitas vezes os sistemas informatizados não estão integrados. Nesse sentido, é um documento importante para o qual devemos estar atentos.
Portanto, o(a) enfermeiro(a) e demais profissionais de saúde devem registrar as informações básicas sobre ao atendimento, não apenas no campo destinado ao acompanhamento vacinal, mas nos outros segmentos de acompanhamento da criança. Igualmente precisamos estimular os pais e familiares a consultarem a caderneta, pois ela contém informações importantes sobre as etapas do desenvolvimento, dentre outras. É necessário estimular os familiares no sentido de que também efetuem registros sobre intercorrências com a criança a fim de informar ao profissional de saúde quando levá-la à unidade de saúde ou ao consultório.
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Palavra do Profissional |
Muitas vezes, a criança apresenta um período febril, vômitos, alergias e nem sempre quem levará a criança ao hospital ou unidade de saúde é o principal cuidador. E a pessoa que leva a criança na consulta pode não lembrar quando, como e quantas vezes estes eventos aconteceram. Daí a importância de estimular a família a participar do acompanhamento e registrar informações que possam contribuir para a avaliação da criança. Lembramos que a Caderneta de Saúde da Criança não é dos profissionais de saúde, mas sim da criança e de sua família, então é preciso criar parcerias entre estes atores a fim de proporcionar uma assistência qualificada e de acordo com a necessidade da clientela.
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Saiba Mais |
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a Caderneta de Saúde da criança, acesse o endereço:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29889&janela=1 .