Módulo 5: Classificação de Risco e Acolhimento
Unidade 1: Diretrizes da Rede de Atenção às Urgências

Rede de Atenção às Urgências
Detalhes da RAU

Detalhamento a Rede de Atenção às Urgências

 

A proposta da RAU configura-se em diferentes níveis de atenção. É dividida em componentes como promoção, prevenção e vigilância à saúde, atenção básica, serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU) com centrais de regulação médica, sala de estabilização, Forca Nacional de Saúde do SUS, Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços 24 horas, Hospitalar e Atenção Domiciliar.  

Detalhando a RAU

Estes diferentes níveis de atenção devem relacionar-se de forma complementar com mecanismos organizados e regulados pelo sistema de referência e contrarreferência. É de fundamental importância que cada serviço se reconheça como parte integrante da rede de atenção, acolhendo e atendendo adequadamente a demanda que lhe é apresentada e se responsabilizando pelo encaminhamento quando não dispuser de recursos necessários a tal atendimento. Assim, a articulação do estado, municípios e regiões de saúde deve permitir uma resposta equânime às necessidades de saúde da população.

Palavra do Profissional
Você está inserido em qual serviço de saúde? Reflita sobre a importância de reconhecer que cada serviço é parte integrante da RAU, cada serviço com sua especificidade e com sua possibilidade de atuação resolutiva.

Apresentamos na animação a seguir, os componentes da RAU e seus objetivos:

Atenção Básica em Saúde

Na RAU a Atenção Básica tem como principal objetivo: a ampliação do acesso, fortalecimento de vínculos e responsabilização, além de ser responsável pelo primeiro cuidado e acolhimento às urgências por meio da implantação da classificação de risco, de forma articulada aos outros pontos de atenção.

Importante destacar a potencialidade das Unidades Básicas de Saúde como componente para melhorar a resolutividade bem como de ampliar o acesso à atenção às urgências/emergências. Entretanto, devemos destacar o desafio de organizar recursos materiais e equipamentos, bem como de capacitar recursos humanos na perspectiva de qualificar o cuidado na esfera de ação dessas unidades integradas a outros serviços de saúde.

A Sala de Observação é o ambiente da Unidade Básica de Saúde destinado ao atendimento de pacientes em regime ambulatorial, no período de funcionamento da unidade, com necessidade de observação em casos de urgência/emergência.

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e Centrais de Regulação Médica das Urgências

Este componente tem como objetivo: o atendimento precoce às vítimas de agravos à saúde (de natureza clínica, cirúrgica, gineco-obstétrica, traumática e psiquiátrica), sendo necessário garantir atendimento e/ou transporte adequado, rápido e resolutivo para um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS.

Sala de Estabilização

Este componente prevê um local para estabilização de pacientes críticos/graves, com condições de garantir a assistência 24 horas, vinculado a uma unidade de saúde, articulado e conectado aos outros níveis de atenção para posterior encaminhamento à rede de atenção à saúde pela central de regulação.
As salas de estabilização serão implantadas em regiões de vazios assistenciais, municípios com menos de 50 mil habitantes, sem qualquer equipamento de urgência (UPA, Unidade 24 horas, SAMU). Estas regiões deverão ser cobertas por SAMU regional e articularem-se com a Rede de Urgências para continuidade do cuidado.

Força Nacional do SUS – FN-SUS

O componente objetiva aglutinar esforços para garantir a integralidade na assistência em situações de risco ou emergenciais para populações.
A atuação do SUS em situações que exigem maior participação do poder público como: catástrofes que envolvem múltiplas vítimas e demais condições de calamidade, em especial, de natureza epidemiológica, situações pedem ajuda rápida, com atendimento médico especializado e apoio logístico. Exemplos: alagamento e seca, desabamento, enchente, incêndio, epidemias/pandemias, acidentes nucleares, eventos com grande concentração de pessoas, como Copa do mundo e Olimpíadas.

Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h)

Vamos falar agora do componente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas não hospitalares.

São estabelecimentos de saúde de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde/Saúde da Família e a Rede Hospitalar. Devem prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica. Bem como prestar primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica ou de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a avaliação diagnóstica inicial, definindo, em todos os casos, as necessidades de encaminhamento a serviços hospitalares de maior complexidade.

Acompanhe na animação sobre o Componente Hospitalar:

Saiba Mais
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto acesse a Portaria Nº 2.395, de 11 de outubro de 2011 disponível no endereço: www.sesa.pr.gov.br/arquivos/File/CIBNOVEMBRO7REUNIAO/componentehospitalardeurgencia.pdf.

Atenção Domiciliar

Este componente é compreendido como o conjunto de ações integradas e articuladas de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, com garantia de continuidade de cuidados e integrada às redes de atenção. O reconhecimento das diretrizes, componentes e articulações da RAU possibilita ao enfermeiro identificar aspectos demográficos, epidemiológicos e organizacionais relativos aos atendimentos realizados em diferentes serviços. Dessa forma, poderá subsidiar suas ações gerenciais referentes à distribuição de pessoal, escala diária, mensal e de férias, previsão e provisão de recursos materiais. Ou seja, as informações que caracterizam os serviços e o perfil dos atendimentos trazem contribuições para identificar nuances do serviço, fornecendo subsídios para a organização do microespaço de atenção (COELHO, 2009*).

* COELHO, M.F.. Caracterização dos atendimentos de urgência clínica em um hospital de ensino. 2009. 79 f. Dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009.