O protocolo de Manchester estabeleceu 52 problemas pertinentes para a triagem e, dentre eles, para o paciente adulto, destacamos alguns como: agressão, asma, catástrofe (avaliação primária e secundária); cefaléia, comportamento estranho, convulsões, corpo estranho, diabetes, dispnéia, doença mental, DST, dor abdominal, dor cervical, dor lombar, dor torácica, embriaguez aparente, estado de inconsciência, exposição a produtos químicos, feridas, grande traumatismo, gravidez, hemorragia gastrointestinal (GI), hemorragia vaginal, indisposição no adulto, infecções locais e abscessos, lesão toraco-abdominal, mordeduras e picadas, problemas estomatológicos, nasais, nos membros, oftalmológicos, ouvidos, urinários; quedas; queimaduras profundas e superficiais; superdosagem ou envenenamento; TCE e vômitos (FREITAS, 1997*).
Na coleta e análise das informações o destaque é para os discriminadores que são fatores que fazem a seleção dos pacientes, de modo a permitir a sua inclusão em uma das cinco prioridades clínicas. Estes Discriminadores podem ser gerais ou específicos. Clique aqui para acessar os Discriminadores específicos. (FREITAS, 1997*).
* FREITAS, P.. Triagem no serviço de urgência/emergência: grupo de triagem de Manchester. Portugal: Grupo Português de Triagem – BMJ-Publishing Group, 1997. 154p.
Os discriminadores gerais se aplicam a todos os pacientes, independentemente da condição que apresentam e surgem repetidamente ao longo dos fluxogramas. Os discriminadores específicos nos remetem aos casos individuais ou a pequenos grupos de apresentações e tendem a se relacionar com características-chave de condições particulares. Ex: Dor aguda é um discriminador geral, dor pré-cordial e dor pleurítica são discriminadores específicos.
Os discriminadores gerais são: risco de morte; dor; hemorragia; nível de consciência; temperatura e agravamento. Segundo Freitas (1997*), os discriminadores gerais são uma característica recorrente dos fluxogramas e, por essa razão, precisamos entender cada um deles detalhadamente a fim de termos uma boa compreensão do método de triagem. Acompanhe na animação os detalhes de cada um:
* FREITAS, P.. Triagem no serviço de urgência/emergência: grupo de triagem de Manchester. Portugal: Grupo Português de Triagem – BMJ-Publishing Group, 1997. 154p.
Para podermos entender os discriminadores gerais e os específicos mais comuns, independentemente da condição apresentada, o fluxograma a seguir descreve resumidamente os discriminadores gerais, analise os detalhes:
Fonte: FREITAS, P..Triagem no Serviço de Urgência/emergência: Grupo de Triagem de Manchester. Portugal: Grupo Português de Triagem – BMJ-Publishing Group 1997- 154p
Exemplo prático
Vamos aplicar o que aprendemos em uma situação real?
Imagine que você está recebendo um paciente masculino, de 22 anos, vítima de acidente de carro em sua unidade. A informação que você tem é de que se trata de um caso de grande traumatismo. Esta unidade pode ser primária de saúde, uma unidade de pronto atendimento, ou uma unidade hospitalar. Quais serão então os passos da avaliação deste paciente?
Vamos ver como isso se processa no fluxograma a seguir:
Fonte: FREITAS,P.Triagem no Serviço de Urgência/emergência: Grupo de Triagem de Manchester. Portugal: Grupo Português de Triagem – BMJ-Publishing Group 1997- 154p
Observe que, ao negar todos esses discriminadores, ele fica com o discriminador amarelo.
Vamos ver agora uma explicação deste fluxograma com os discriminadores específicos para o grande traumatismo. Não deixe de consultar os discriminadores para obter ajuda nessa avaliação.
Notas do grande traumatismo: A maior parte dos profissionais de saúde sabe o que está implicado para a saúde do paciente após um grande traumatismo. A atuação desses profissionais não pode ser baseada apenas nas lesões que o paciente apresenta. Os discriminadores gerais incluídos foram: risco de morte ou para a vida, hemorragia, grau de consciência e dor. Os específicos foram utilizados para assegurar que seja atribuída uma prioridade suficientemente alta aos pacientes com um mecanismo de traumatismo maior e, para que aqueles com doença médica preexistente e/ou desenvolvimento de novos sinais neurológicos sejam reconhecidos em tempo correto (FREITAS, 1997*)
* FREITAS, P.. Triagem no serviço de urgência/emergência: grupo de triagem de Manchester. Portugal: Grupo Português de Triagem – BMJ-Publishing Group, 1997. 154p.
Aplicando os discriminadores
Veja na animação como se procede na aplicação de discriminadores específicos de acordo com o Grupo de Triagem Português – Portugal 1996.
A triagem de Manchester não é um processo difícil, pelo contrário, ela norteia a tomada de decisão para o estabelecimento de uma prioridade clínica.
Assim, dentre os requisitos para se executá-la adequadamente ressaltamos: o critério clínico, a metodologia reproduzível, uma nomenclatura comum, as definições comuns, um programa permanente de formação e atualização, auditoria e acompanhamento.
Bons estudos!