Entende-se acolhimento como um ato de aproximação e de inclusão da mulher e da família no serviço de saúde (BRASIL, 2006b).
No final da gestação, as mulheres podem sentir-se mais vulneráveis, cultivando incertezas e medos em relação ao parto e ao nascimento, podendo ser este o seu primeiro contato com o hospital e com a internação. Por esta razão, o enfermeiro deve recebê-la juntamente com a sua família de forma acolhedora, propiciando a expressão de seus temores, para que se sintam apoiados, seguros e tranquilos. É importante que a mulher seja chamada pelo nome; que seja informada sobre os procedimentos que serão realizados; que esteja em um ambiente acolhedor, limpo, confortável, sem barulho; e que seja respeitada a sua privacidade e intimidade. Os membros da equipe devem estar uniformizados e devidamente identificados (BRASIL, 2006b; ENKIN et al., 2005).
Medidas de conforto e alívio da dor
Os enfermeiros devem conhecer as evidências científicas sobre as medidas de conforto que contribuem para o alívio da dor no trabalho de parto e parto, para que possam aplicá-las e orientar as mulheres e família, assegurando uma assistência de qualidade.
As medidas não farmacológicas incluem: Apoio contínuo durante todo o trabalho de parto e parto, deambulação e mudanças de posição materna, hidroterapia, massagens, focalização da atenção e distração e técnicas de respiração (RICCI, 2008; ENKIN et al., 2005).
Em relação à focalização da atenção, algumas atividades são utilizadas para que a mulher não se concentre na dor, são elas: atenção ao treinamento verbal, visualização e auto-hipnose, realização de tarefas domésticas, concentração em algum estímulo visual, auditivo, tátil e respiração padronizada.
O profissional de enfermagem deve conhecer as técnicas de respiração que a mulher pode utilizar durante o trabalho de parto e parto, sendo que as mesmas são importantes para a distração da atenção e redução da dor. No início do trabalho de parto, a mulher deve utilizar a inspiração profunda, focando sua atenção em um ponto específico, expirando lenta e profundamente. Com o aumento das contrações, a respiração torácica pode ser mais curta (RICCI, 2008; ENKIN et al., 2005; BRASIL, 2001).
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Palavra de Profissional |
Defesa dos direitos das mulheres
As mulheres e famílias devem ser alertadas sobre os seus direitos no trabalho de parto, parto e nascimento, a saber:
• Todas as gestantes têm direito a um acompanhante de sua escolha em todas as etapas do nascimento, sendo que este direito é assegurado pela Lei n. 11.108 (BRASIL, 2005).
• A analgesia obstétrica também se consolida como um direito assegurado pela Portaria n. 572/GM, de 1º de junho de 2000.
• Com vistas a promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. A mulher também tem o direito de amamentar seu filho na primeira meia hora após o parto, de acordo com os dez passos para o Sucesso de Aleitamento Materno, por meio da Iniciativa do Hospital Amigo da Criança (IHAC) idealizada em 1990 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Abordamos neste estudo, que o cuidado humanizado à mulher, ao recém-nascido e à família envolve uma série de ações do enfermeiro que podem favorecer a evolução do trabalho de parto e um nascimento saudável.
Igualmente discutimos sobre o cuidado humanizado à mulher, ao neonato e à família que vivenciam o trabalho de parto, parto e nascimento; e como são oferecidos subsídios para que o enfermeiro possa prestar uma assistência qualificada, nesse momento tão especial na vida da mulher e do neonato, baseada em evidências científicas.