Várias tentativas de revolução foram feitas isoladamente. Movimentos como os dos farrapos, cabanos, balaios e quilombos – todos marcando a característica de pobres/subalternos – foram esmagados pelo poder. Logo, na realidade, nossa história não é pacífica, como diz o senso comum e como aprendemos na escola (RIBEIRO, 1995). Esse recurso de negar o processo de lutas é usado para que o povo “aprenda” que não precisa se organizar, que a elite dará o que ele precisar, que a natureza é generosa, que o alimento é abundante e que quem tentar reagir morrerá, como aquela meia dúzia de esfarrapados tentou.

Por que conhecer essa história? O que nos interessa? Que vínculo tem com a Especialização na Atenção Básica? Essas questões estão diretamente ligadas a uma prática de saúde, a um direcionamento de visão, induzida por interesses das forças hegemônicas.
Por que não fazemos Atenção Básica?
Que tipo de profissional é formado?
Que tipo de mídia/consumo temos que nos sugere qual serviço de saúde devemos utilizar?
Por que não investimos em políticas sociais?
A culpa é só dos nossos secretários municipais de saúde?
Voltando ao nosso tema. Após a Segunda Guerra Mundial, tivemos o retorno de Getúlio Vargas; depois outro governo desenvolvimentista (Juscelino Kubitschek), que construiu muitas estradas e fábricas de automóveis; em seguida, um presidente sensível a movimentos sociais (João Goulart), relativamente independente da política e da economia norte-americana.

Indo além, podemos dizer que você, como um profissional atuante na ESF, não pode se limitar a aprender novas técnicas. Precisa entender a saúde e a proposta de intervenção de outra maneira. A ESF é uma nova postura ideológica, de vínculo com a população, com a sua história e com a sua possibilidade de mudança, e de defesa intransigente do SUS.
Saiba mais:
Para aprofundamento sobre as relações político-econômicas, indicamos que você acesse os textos de apoio presentes no Ambiente Virtual. Indicamos também a leitura:
LIVRO
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M.G.M. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2009.
ARTIGO
MUSSE, R. O legado de Marx no Brasil. Estud. Av., v.22, n.63, p. 327-333, 2008.Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ea/v22n63/v22n63a26.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2012.
Verdi, Da Ros, Cutolo e Souza