A revisão de literatura não pode ser limitada a uma única etapa da pesquisa e jamais se encerra no momento em que o projeto está pronto. Ela é a mais contínua atividade do pesquisador, pois permeia e se renova em todas as etapas.
Para que haja clareza na delimitação do problema é necessário que o investigador tenha conhecimento. Ninguém investiga o que não conhece. E a forma mais fecunda para se obter conhecimento é através da revisão da literatura pertinente ao tema eu se propõe investigar.
A revisão de literatura começa na fase exploratória do estudo, desde a elaboração do projeto, apoiando a delimitação do problema (o que pesquisar), a justificativa da pertinência do estudo (por que pesquisar) e a escolha e elaboração do referencial teórico e continua até a apresentação dos resultados.
Considerando-se, finalmente, que os achados devem ser cotejados com os de outros estudos e as interpretações devem ser sustentadas com base no conhecimento produzido, a fim de ampliá-lo, refutá-lo ou de propor-lhe novas perspectivas.
A revisão de literatura qualifica e capacita o investigador, fornecendo-lhe a base teórica disponível na ciência para que possa perceber, à luz das teorias, os diferentes aspectos presentes no problema investigado.
A ciência é uma renovação, uma correlação, um aperfeiçoamento, uma construção crítica e histórica constante do conhecimento. Ela deve conter: os resultados de pesquisas anteriores, explicação e definição dos construtos constantes nas variáveis que fazem parte do problema.
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Concluída a documentação, inicia-se a fase da avaliação e crítica. Neste momento, o investigador avalia e discute os pontos positivos e negativos das teorias analisadas, relacionando-as umas com as outras.
Apesar de sua importância, infelizmente muitas vezes a revisão de literatura é negligenciada, feita com descuido ou de forma a fugir de suas finalidades.
*QUIVY, Raymond e CAMPENHOUDT, Luc Van. Manual de investigação em ciências sociais. Lisboa: Gradiva, 1995
Uma caricatura de “tipos inesquecíveis” de revisão bibliográfica é usada como recurso didático por Alves-Mazzotti (2002, p. 34-38) para alertar sobre modelos a não serem seguidos, mas evitados a todo custo.
*ALVES-MAZZOTTI, A. J. A “revisão bibliográfica” em teses e dissertações: meus tipos inesquecíveis – o retorno. In: BIANCHETTI, L.; MACHADO, A.M.N. A bússola do escrever. Florianópolis/São Paulo: Ed. UFSC/Cortez, 2002.
Vamos ver alguns desses tipos descritos no tom bem-humorado da autora? Acompanhe na animação os itens propostos pela autora:
Após termos examinado alguns deslizes que podem ocorrer, vejamos agora como é possível assegurar um bom começo.
É um bom começo deve ser planejado a fim de evitar desperdício de tempo e energia dando mais satisfação e assegurando bons frutos. Como fazer isso?
Quivy (1995) recomenda alguns passos práticos. Passe para a próxima pagina para conferir.
*QUIVY, Raymond e CAMPENHOUDT, Luc Van. Manual de investigação em ciências sociais. Lisboa: Gradiva, 1995.