Essa concepção, em diferentes situações, desencadeou muitas mortes prematuras e condições de vida subumanas para crianças. Portanto, o conceito de infância como período no qual a criança deve ser protegida, amparada e com garantia de direitos é algo recente na história ocidental.
Veja como isso se deu ao longo da história:
A partir deste período a criança passou a ser objeto de preocupação e proteção não apenas da família e da igreja, mas uma questão social relacionada ao Estado. Embora essa mudança ainda trouxesse consigo divergências quanto ao papel e o significado da criança na sociedade trouxeram avanços no que se refere aos mecanismos de proteção e cuidado dela.
No século XIX, os avanços científicos trouxeram a crença no poder da ciência e do progresso. Ocorreram inúmeras descobertas, mas a Revolução Pasteuriana teve especial importância para o cuidado da criança e para a puericultura. A partir da teoria microbiana das doenças, de 1864, o preparo de vacinas se consolidou e foi muito importante a descoberta da transmissão de microrganismos causadores de diarréias, através da água e do leite, e que as mesmas eram evitadas quando a água e o leite eram devidamente fervidos. No caso das crianças, isso teve grande impacto, pois a mortalidade por doenças diarréicas era intensa, já que muitas eram alimentadas com leite de vaca cru (BONILHA, RIVOREDO, 2005*).
* BONILHA, L. R. C. M., RIVOREDO, C. R. S. F. Puericultura: duas concepções distintas. J. Pediatr., Rio de Janeiro, v. 81, n. 1, p. 7-13. Disponível na internet: http://dx.doi.org/10.2223/1276. Acesso em: 22 fev. 2012.
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