Os cuidados de enfermagem voltados ao recém-nascido são divididos em cuidados imediatos e cuidados mediatos. Tais cuidados representam a necessidade de intervenção para auxiliar a adaptação do recém-nascido à vida extrauterina - cuidados imediatos - como também registrar informações e realizar cuidados após esta adaptação - cuidados mediatos (HOCKENBERRY, 2006). Para a realização dos cuidados com o recém-nascido em sala de parto, todos os profissionais devem utilizar luvas de procedimento.
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O boletim de Apgar é feito nesse momento. Ele tem a finalidade de avaliar as condições de vitalidade do recém-nascido. Inclui a avaliação de itens como batimento cardíaco, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade reflexa e coloração da pele, no 1º e 5º minutos de vida ou além destes, a depender da necessidade (BRASIL, 2011; ORSHAN, 2010).
Observação: Também chamada de A Escala ou Índice de Apgar é um teste desenvolvido pela Dra. Virginia Apgar, médica norte-americana.
Veja o exemplo do Escore de Apgar no quadro 3:
Quadro 3.1 – Escore de Apgar.
Fonte: BRASIL (2011)
Valores de APGAR entre:
• 5 a 7: indica asfixia leve
• 3 a 4: indica asfixia moderada
• 0 a 2: indica asfixia grave
Em recém-nascido com Apgar < 7 é indicada a continuidade da avaliação até o 20º minuto de vida. O Apgar não deve ser utilizado para decidir o início de reanimação, nem as manobras a serem instituídas no decorrer da assistência. Isto significa que os procedimentos deverão ser feitos à medida que se avaliam as condições clínicas do recém-nascido e suas respostas a tais intervenções (BRASIL, 2011).
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Na sequência, quando sua condição clínica assim permitir, o recém-nascido é colocado em contato pele a pele com a mãe. Mantém-se o recém-nascido seco, retirando o campo anteriormente utilizado, caso esteja úmido, e providenciando novo campo seco.
Em condições em que o recém-nascido apresenta-se clinicamente instável, ele deverá ser levado ao berço aquecido, sendo enxugado para evitar a perda de calor por evaporação e o campo molhado ou úmido deve ser removido em seguida, pois esse momento pode ser o responsável pela perda de calor do recém-nascido por contato (BRASIL, 2011; ORSHAN, 2010).
Recém-nascido prematuro deve ser colocado em saco plástico, exceto a cabeça para minimizar perda de calor. Os procedimentos realizados em caso de situações críticas com o recém-nascido tem orientação especifica, pesquisa sobre Intercorrências com o recém-nascido ao nascimento.
No sentido de permitir a permeabilidade das vias aéreas, o recém-nascido deverá ter sua cabeça posicionada com leve extensão do pescoço - evita-se hiperextensão ou flexão intensa (BRASIL, 2011). Caso necessário, coloca-se um coxim sobre os ombros do recém-nascido, pois facilita o posicionamento adequado da cabeça. Ao ser levado ao berço aquecido para avaliação, o recém-nascido deverá ser mantido em posição Trendelenburg. Em caso de suspeita de aspiração de mecônio, a manipulação do recém-nascido deve ser realizada após promover a permeabilidade das vias aéreas superiores e inferiores (BRASIL, 2011; ORSHAN, 2010).
A desobstrução das vias aéreas poderá ocorrer mediante avaliação do enfermeiro ou do pediatra responsável pela recepção do recém-nascido; caso seja necessária, a aspiração intermitente será feita na boca e posteriormente nas narinas, de modo delicado, com sonda traqueal conectada a aspirador a vácuo (pressão máxima de 100mmHg). Deve-se ter o cuidado de não introduzir a sonda com o aspirador ligado (BRASIL, 2011).
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Na presença de mecônio espesso, o pediatra realizará a aspiração da traqueia, sob visualização direta, com auxílio da cânula oro traqueal, intermediário próprio e laringoscópio (BRASIL, 2011). Se houver indicação do pediatra para aspiração gástrica, esta deverá ser realizada após o 5º minuto de vida, quando ocorre a diminuição do reflexo vagal.
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Estudos recentes apontam a não necessidade de oxigenação do recém-nascido ao nascimento, uma vez que esta pode trazer intoxicação pela liberação de radicais livres do oxigênio, trazendo problemas de metabolismo aos recém-nascidos, piorando a respiração. Também temos que lembrar que ele está em fase de transição para a vida extrauterina o que pode acarretar baixa saturação de O2 nos primeiros minutos de vida (AHA, 2010).
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As atuais recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria indicam a não necessidade de desobstrução das VAS, uma vez que o recém-nascido pode apresentar resposta vagal, com diminuição da FC nas aspirações, sendo que a aspiração deve ser realizada com avaliação rigorosa do recém-nascido (ALMEIDA; GUINSBURG, 2011).
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Dependendo das condições clínicas do recém-nascido (anóxia grave), podem ser necessários procedimentos como a compressão cardíaca externa, utilização de drogas vasoativas, soluções expansoras de volume, alcalinizantes, anticolinérgicos, antiarrítmicos, compostos endógenos como cálcio e antídotos de opiáceos administrados à mãe.
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As condições clínicas do recém-nascido que necessitam de intervenções, bem como as ações de enfermagem serão abordadas ao longo desta especialização.