Módulo 7: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM)
Unidade 3: Aspectos culturais e psicossociais do viver com doença crônica e a inserção da família como unidade de suporte ao cuidado em DCNT

Aspectos culturais e psicossociais do viver com doença crônica
A Família como unidade de suporte ao cuidado

Aspectos culturais e psicossociais do viver com doença crônica

O discurso do usuário em relação ao seu processo de adoecimento e cuidado é determinado pelas histórias pessoais e experiências vividas em família, comunidade e grupos sociais, ou seja, pelas tradições culturais e sociais presentes na história familiar e comunitária, que influenciam diretamente as expectativas em relação à doença e ao cuidado.

Que tal um exemplo prático do exposto acima? Pessoas que convivem com familiares com Diabetes Mellitus tipo 2 tendem a fazer exames com maior frequência, uma vez que vivenciam a experiência de outros familiares com a doença e reconhecem o seu próprio risco.

Ainda no que se refere às tradições culturais, temos as crenças, que são convicções que modelam a conduta cotidiana. Fica claro então que para a orientação e motivação para o autocuidado em doenças crônicas precisamos conhecer e compreender as crenças.

Estados psicológicos tais como autoeficácia, automotivação e autoestima precisam ser entendidos pelo profissional. Esta compreensão certamente aumentará a eficácia do seguimento e das terapêuticas utilizadas no tratamento das doenças crônicas. Partimos do pressuposto de que o indivíduo avalia se a situação é potencialmente desafiadora, prejudicial ou ameaçadora.

Nesta perspectiva, o foco da abordagem reside nas manifestações do sofrimento que individualizam o usuário, ou seja, fundamenta-se na singularidade. É necessário conhecer a atitude do usuário frente à doença da qual é portador. Para tanto, é preciso escutar, olhar, observar e examinar o que é inusitado em cada usuário.

Você já parou para pensar nas reações de diferentes usuários frente a um mesmo diagnóstico? Você já observou que alguns usuários menosprezam e outros supervalorizam a mesma doença?

Quando consideramos essas singularidades entendemos que as queixas não podem ser traduzidas apenas de forma técnica. Também precisamos decodificar os significados existentes por trás das falas e captar como o sujeito compreende o seu processo de adoecimento e tratamento.

Sendo assim, quando o profissional reconhece no usuário um sujeito dotado de necessidades e expectativas, torna-se possível ampliar a autonomia do mesmo no processo de adoecimento, bem como possibilitar que ele tenha maior conhecimento em relação ao seu estado, o que propicia novos sentidos para a elaboração de um projeto de saúde.

Saiba Mais
Sobre o processo de adoecimento, consulte aqui.

Assim chegamos ao fim do nosso estudo, parabéns e continue estudando para aprimorar sua prática profissional!