Outro ponto a ser discutido quando falamos de acolhimento é a classificação de risco. A classificação de risco é uma ferramenta de organização da fila de espera no serviço de saúde. Consiste em priorizar os atendimentos de acordo a necessidade e não por meio de ordem de chegada ao serviço. Mas atenção, classificação de risco não é sinônimo de triagem. Na verdade, todos serão atendidos, mas primeiramente passarão por uma avaliação e ordenação segundo a necessidade.
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Acompanhe na animação a seguir, algumas ações de acolhimento.
Nesta lógica de funcionamento, o acolhimento deixa de ser uma ação pontual e isolada dos processos de produção de saúde e se multiplica em inúmeras outras ações que, ao partir do complexo encontro do sujeito profissional de saúde e sujeito demandante, possibilitam analisar:
• A adequação da área física;
• As formas de organização dos serviços de saúde;
• A governabilidade das equipes locais;
• A humanização das relações em serviço;
• Os modelos de gestão vigentes na unidade de saúde;
• O ato da escuta e a produção de vínculo;
• O compartilhamento do conhecimento;
• O uso ou não de saberes para melhoria da qualidade das ações de saúde e o quanto estes saberes estão a favor da vida.
O outro conceito pertinente a este novo modo de produção em saúde é o vínculo, que complementa as noções anteriormente tratadas no acolhimento e na responsabilização.
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A constituição do vínculo depende de movimentos tanto dos usuários quanto da equipe (CAMPOS, 2003).
O vínculo pode ser uma ferramenta que agencia as trocas de saberes entre o técnico e o popular, o científico e o empírico, o objetivo e o subjetivo, convergindo-os para a realização de atos terapêuticos conformados a partir das sutilezas de cada coletivo e de cada indivíduo. Ele favorece outros sentidos para a integralidade da atenção à saúde (SANTOS et al., 2008).
O estabelecimento de vínculo afetivo promove um cuidado com qualidade, pois a escuta permite uma maior compreensão e valorização das necessidades do usuário (BRITO; CARVALHO, 2010).
Enfatizamos que o câncer é uma doença envolta em muitas mistificações e medos, que não ocasionam apenas consequências físicas e psíquicas ao doente, eles acarretam inúmeras mudanças em sua vida social, levando, muitas vezes, o usuário a ficar isolado, distante das atividades que antes lhe davam prazer e até a abandonar o trabalho. Além de enfrentar o preconceito da sociedade, usuários e familiares, muitas vezes, têm que lutar contra os seus próprios preconceitos e valores que fragilizam as relações e vínculos, interferindo no processo de reabilitação e cuidado.
Diante do exposto, o acolhimento e o vínculo facilitam a construção da autonomia mediante responsabilização compartilhada e pactuada entre os sujeitos envolvidos nesta terapêutica.
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Abordamos neste estudo que o enfermeiro desempenha um papel preponderante no cuidado, acolhimento e Humanizado ao usuário em tratamento oncológico.
Para finalizar é importante que você faça uma reflexão sobre o seu processo de trabalho...
As ações desenvolvidas na sua unidade visando o controle do câncer de mama, de colo de útero e de próstata têm tido como parâmetro os conceitos aqui desenvolvidos?
O que fazer para transformar a sua realidade?