A inespecificidade das drogas quimioterápicas em relação às células que são alvo faz com que células normais, principalmente as de renovação constante, sejam também atingidas, acarretando reações adversas (ANJOS; ZAGO, 2006).
Veja a seguir, as reações adversas se caracterizam por sinais e sintomas tais como:
• Náuseas.
• Vômitos.
• Fadiga.
• Alopecia.
• Mucosite.
• Alterações na pele.
• Neuropatia periférica.
• Neutropenia febril.
• Toxicidade renal.
• Toxicidade hepática.
• Disfunção reprodutiva, entre outros.
Além do comprometimento físico, esses sintomas podem provocar alterações na autoestima, perda funcional, assim como alterações emocionais e sociais (GONÇALVES et al., 2009). Assim, cada alteração exige uma orientação específica de modo a reduzir o impacto da doença/tratamento. Essas informações devem contemplar a finalidade do tratamento, possíveis efeitos colaterais, ações de autocuidado e medidas a serem tomadas em caso de urgência e emergência (ECHER, 2005).
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Essas orientações são muitos importantes, pois a radiodermatite, além de provocar desconforto, pode interromper o tratamento.
Ao mencionar, de forma bem superficial, algumas situações envolvidas no manejo da doença, queremos enfatizar as responsabilidades do usuário durante este processo, bem como as ações de autocuidado, que são fundamentais para o seguimento do tratamento.
Como já mencionado, as ações de autocuidado não se encerram com o término do tratamento. Elas se estendem durante o período de reabilitação, objetivando evitar ou mesmo minimizar as complicações decorrentes.
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Dessa forma, os cuidados com o membro superior homolateral à cirurgia incluem (BRASIL, 2004b):
• Pele hidratada e limpa.
• Uso de luvas de proteção ao fazer as atividades do lar (cozinhar, jardinagem, lavar louça e ter contato com produtos químicos).
• Intervalos para descanso durante a execução de atividades de vida diária.
• Utilização de removedor de cutículas ao fazer a unha do lado operado.
• Usar cremes depilatórios, tesoura ou máquina de cortar cabelo na retirada de pelo da axila do lado operado.
• Atenção aos sinais de infecção no braço (vermelhidão, inchaço, calor local).
• Uso de malhas compressivas durante viagens aéreas.
Quantas especificidades são necessárias, não é? Desejamos evidenciar a importância da atuação multiprofissional no processo de tratamento/reabilitação frente à complexidade e à especificidade que a doença impõe.
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As ações de autocuidado relacionadas à prevenção/detecção precoce do câncer de mama, câncer do colo do útero e tumores da próstata, de forma resumida, devem incluir: conhecer o risco para desenvolver a doença (histórico de doenças na família e risco pessoal); a realização de exames com frequência (mulheres: AEM, ECM, mamografia, Papanicolaou; homens: PSA e Toque Retal); conhecer o corpo (observar sinais e sintomas) e; a adoção de hábitos saudáveis de vida (dieta balanceada, prática regular de exercícios físicos, evitar tabagismo e etilismo, entre outros)..
Durante o período de tratamento e reabilitação, as orientações de autocuidado devem contemplar os efeitos colaterais de cada modalidade terapêutica, bem como as possíveis complicações. O indivíduo e a família precisam conscientizar-se das ações que lhe competem em cada fase, contribuindo para a continuidade e o sucesso do tratamento/reabilitação.
Ao finalizarmos este estudo, esperamos que você tenha reconhecido as habilidades e as competências do enfermeiro envolvidas na atenção ao usuário com câncer. As especificidades das modalidades terapêuticas e das condutas envolvidas no tratamento são diversas, como você deve ter percebido. No entanto, o objetivo deste estudo foi convidá-lo a uma reflexão de que a busca de conhecimento e a educação do usuário com câncer deve ser um contínuo na prática diária do enfermeiro, garantindo e incentivando as ações de autocuidado por parte do usuário, com vistas à qualidade e ao sucesso do tratamento.