Módulo 9: Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e da Criança: O Puerpério e o Acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento Infantil.
Unidade 9: Visita domiciliar e práticas educativas em saúde da mulher, da criança e sua família.

A visita domiciliar

A visita domiciliar à mulher, à criança e à família.

Sabemos que o puerpério é uma fase que gera insegurança para a mulher, mesmo que ela já tenha a experiência de ser mãe. O profissional de enfermagem deve ter sensibilidade para identificar quais são as reais necessidades desta mulher, de seu filho e de sua família, principalmente em ambiente domiciliar (BERNARDI; CARRARO; SEBOLD, 2011). Conhecer o domicílio e saber atuar neste espaço permite uma maior aproximação com a realidade de cada família e da comunidade e pode contribuir para a qualidade do cuidado.

Assim, a visita domiciliar é um importante instrumento para o autocuidado e para a educação em saúde, pois se constitui em um conjunto de saberes e práticas orientadas tanto para a prevenção de doenças quanto para a promoção da saúde (SOSSAI; PINTO, 2010).

Acompanhe na animação a seguir mais detalhes sobre a VD:

Para tanto, a puérpera e seu filho devem ter acesso a uma assistência qualificada, em que ela possa compartilhar suas ansiedades e esclarecer as dúvidas sobre esta nova etapa de sua vida (OLIVEIRA; QUIRINO; RODRIGUES, 2012).

Assim, como parte da assistência puerperal, o Ministério da Saúde recomenda uma visita domiciliar na primeira semana após alta do binômio mãe e filho, sem excluir o retorno puerperal precoce no serviço de saúde, se o recém-nascido estiver classificado como de risco, a visita deverá acontecer nos primeiros três dias após a alta (BRASIL, 2006).

Para a visita domiciliar puerperal, é importante que o profissional de enfermagem tenha uma amplitude de conhecimentos acerca das alterações relativas ao ciclo gravídico-puerperal, devido a sua complexidade, com o intuito de planejar a assistência de qualidade à mulher, ao seu filho e à família (RODRIGUES et al., 2006)..

Palavra de Profissional
O planejamento da VD pode ser feito a partir da notificação das maternidades pela Declaração dos Nascidos Vivos (DNV) ou por aviso do nascimento pela própria família, atentando para os dados do nascimento e condições socioculturais.

Lembre-se que profissional de enfermagem, na visita domiciliar puerperal, deve fazer a avaliação da puérpera enfocando as modificações biológicas do período e atentando-se para as especificidades obstétricas, como: mamas e lactação, consistência e involução uterina, eliminações dos lóquios, condições do períneo, condições dos membros inferiores. Além das modificações biológicas, neste período a mulher também apresenta alterações psicoemocionais e necessita do apoio do enfermeiro para auxiliar e orientar sobre suas dúvidas, seus medos e anseios (RAVELLI, 2008).

Sempre que a puérpera se encontrar em boas condições de saúde, os cuidados ao recém-nascido deverão ser realizados por ela e poderão ser compartilhados com seus familiares (OLIVEIRA; QUIRINO; RODRIGUES, 2012).

É importante salientar que o atendimento de enfermagem domiciliar visa trabalhar conhecimentos, hábitos e relações familiares, para favorecer o autocuidado da mulher e o cuidado da criança (MELLO; ANDRADE, 2006).

Assim, na realização da visita domiciliar, o profissional de enfermagem deve considerar as crenças e os valores das famílias, respeitando suas diversidades. Para isso, o companheiro e outros familiares devem ser inseridos nos cuidados à mulher e à criança, de forma que também recebam informações e esclarecimentos para apoiar a mulher neste período (STEFANELLO; NAKANO; GOMES, 2008).

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