Qualquer alteração identificada deverá ser anotada e informada aos profissionais de saúde que fazem o acompanhamento da família, para que em equipe sejam avaliadas as intervenções necessárias e a necessidade de mudança no esquema de consultas e visitas preestabelecido (BRASIL, 2006).
A excelência da assistência no período puerperal pode ser alcançada se for efetiva, envolvendo a mulher e sua família, com orientações relativas aos aspectos técnicos e interpessoais, oferecidas por um profissional que tenha empatia, tolerância e disponibilidade, ampliando, assim, a participação e a autonomia de todos os envolvidos (OLIVEIRA; QUIRINO; RODRIGUES, 2006).
Práticas educativas em saúde da mulher e da criança
As práticas educativas visam o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade dos indivíduos no cuidado com a própria saúde. Para tanto, a estratégia valorizada é a comunicação dialógica, que visa à construção de um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado que capacite os indivíduos a decidirem quais as estratégias mais apropriadas para promover, manter e recuperar sua saúde (CHIESA; VERÍSSIMO, 2001).
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Assim, as ações educativas, quando perpassam todas as fases da assistência em saúde, propiciam às mulheres o melhor conhecimento do seu corpo e dos seus direitos. Além de promover a troca de informações que permite a identificação de suas reais necessidades de saúde e melhores escolhas. Contribuindo, com isso, para sua autonomia, superação de preconceitos e medos infundados que podem acarretar prejuízos à saúde. O profissional de enfermagem, portanto, precisa estar preparado para a realização das práticas educativas, a fim de otimizar as políticas públicas e os programas e oferecer as informações adequadas às mulheres e as suas famílias.
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A educação em saúde destaca-se no processo de conscientização da responsabilidade e de direitos, estimulando as ações que atendam aos princípios do SUS. As estratégias de ensino devem favorecer a transformação dos indivíduos, ampliando a capacidade de compreensão da sua realidade (MACHADO et al, 2007).
A experiência de um grupo de apoio pós-parto é procurada, muitas vezes, pelas mães e pais que estão se adaptando à maternidade/paternidade. Considerando o valor deste apoio, as enfermeiras podem tornar os grupos de apoio disponíveis nas unidades de saúde como uma estratégia para vincular a experiência hospitalar e a domiciliar (STETSON, 2002).
Para a realização das práticas educativas, é importante que o profissional de enfermagem proporcione oportunidades para as mães e pais discutirem sobre o papel materno e paterno. A transição para a maternidade/paternidade é frequentemente descrita como um processo de desordem e desequilíbrio, porém de satisfação para os envolvidos. O profissional de enfermagem deve estimular os pais a tentarem novas estratégias de enfrentamento, a fim de entender este processo de transição e de dominar seus novos papéis (STETSON, 2002).
É importante destacar que cada ser humano possui sua história, suas experiências de vida, resultantes do seu convívio familiar e social, de seus hábitos e de sua cultura, que pode se assemelhar ou não à cultura dos profissionais de saúde. A enfermeira, portanto, precisa se aproximar da realidade das mulheres e de suas famílias, no intuito de conhecer e de utilizar estratégias que realmente atendam às necessidades daquelas, respeitando suas peculiaridades (QUEIROZ; JORGE, 2004).