Módulo 8: Linha de Cuidado Nas Urgências/Emergências Traumatológicas
Unidade 2: O Trauma

Classificações do Trauma
Atendimento inicial à vítima de trauma

Condições de atendimento UE

A vítima é a pessoa mais importante no local do acidente, como no nosso caso do atendimento, do Felipe e da Marcela cuja a atividade de APH apresenta algumas peculiaridades comparadas ao atendimento que será realizado no hospital, sendo importante o seu conhecimento, como você pode notar a seguir. Acompanhe na animação:

Condições de atendimento UE

Segurança no local do atendimento
Esse item tem que ser assegurado para que o profissional não se torne vítima. Tal fato geraria instabilidade emocional nos outros membros da equipe, sem contar a necessidade de mais recursos para o atendimento. Muitas são as situações de insegurança para a equipe, como violência contra os profissionais do APH, lesões com material perfuro-cortante contaminado, atropelamentos por falta de sinalização, posicionamento incorreto das viaturas e ausência de uniformes refletivos, quedas, intoxicações em incêndios e/ou material radioativo, contaminação ambiental, entre outros. A segurança não se restringe apenas aos profissionais. O cliente deve ter a sua segurança garantida durante todo o atendimento, não sendo admissível que ele tenha suas condições agravadas em decorrência do atendimento prestado.
Condições climáticas
Luminosidade
Local de difícil acesso

Palavra do Profissional
Um enfermeiro de emergência deve apresentar três habilidades fundamentais: avaliação, conhecimento e intuição. A intuição é desenvolvida pela experiência, sensibilidade e o uso apurado da observação. Todas essas características estão presentes em um enfermeiro de emergência com vivência clínica.

Neste sentido, Condorimay (2003) assinala que no cuidado e na avaliação da vítima em situação de emergência, a coordenação do trabalho da equipe e o tempo empregado no processo são elementos essenciais. Configurando-se a emergência como porta de entrada ao sistema assistencial, gerando a mobilização e utilização de enormes recursos. Sendo essencial uma dependência funcional entre os níveis de atenção a saúde do usuário, coadjuvando os esforços a fim de alcançar êxito no atendimento.

A vítima de trauma é considerada uma portadora de lesões complexas, e assim deve ser considerada, com potencial gravidade, pois suas funções vitais podem estar comprometidas e deterioradas. O trauma provoca, frequentemente, lesões em vários órgãos, modificando o equilíbrio hemodinâmico, instabilizando a vítima, com destaque ao comprometimento dos sistemas ventilatório, circulatório e de termorregulação, que são os sistemas que garantem a condição mínima de sobrevivência da vítima (PAVELQUEIRES, 2006; CYRILLO, 2005, 2009). Portanto, o fator tempo é crítico no atendimento ao traumatizado (ATLS, 2007).

Palavra do Profissional
Não se pode permitir que doentes graves permaneçam no local do acidente para cuidados outros que não sejam os de estabilizá-los para transporte, a não ser que haja impedimentos da cena, como por exemplo: que estejam presos nas ferragens ou que existam outras complicações que impeçam o transporte imediato (PHTLS, 2007).

Saiba Mais
A assistência pré-hospitalar (APH) merece destaque no que se refere ao atendimento às vítimas de trauma. Neste sentido, convidamos você a aprofundar sua leitura sobre a importância do APH e o Fator Tempo. Leia em: Atuação no trauma: uma abordagem para a enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2009. Acesso para consulta na Editora.

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A organização do atendimento, por meio de protocolos específicos, facilita o trabalho da equipe assistencial. Esses protocolos são também denominados algoritmos. Os métodos de atendimento à vítima de trauma, aceitos internacionalmente, estão de acordo com as Diretrizes estabelecidas pelo Colégio Americano de Cirurgiões e pelo Comitê de Trauma, que têm trabalhado com o objetivo de estabelecer padrões no atendimento ao paciente traumatizado (PHTLS, 2007).

Todo atendimento, incluindo cinemática, avaliações, lesões percebidas e tratamento instituído no APH deve ser repassado para os profissionais que admitem o cliente no hospital, devendo estes utilizar tais informações para dar continuidade ao atendimento e também registrar as informações no prontuário (FUNDAP, 2010).

Assim, para a assistência às vítimas de trauma é reconhecido mundialmente o método mnemônico “ABCDE”, o qual define as avaliações e intervenções específicas, ordenadas e priorizadas que devem ser seguidas em todos os pacientes traumatizados (ATLS, 2007).

A complexidade e a multiplicidade das lesões somadas à necessidade de iniciar rapidamente o atendimento ao traumatizado predispõem a um atendimento caótico, assim, é importante que sejam estabelecidas prioridades de avaliação e tratamento no atendimento inicial destes pacientes, baseadas nas lesões que impedem as funções vitais (UTIYAMA, 2001).