Módulo 8: Linha de Cuidado Nas Urgências/Emergências Traumatológicas
Unidade 5: Trauma pediátrico e em gestantes

Trauma pediátrico

Introdução

A fim de instrumentalizá-lo mais em sua prática diária, trataremos ainda os seguintes temas:

  • Abordar a temática das Urgências e Emergências na criança traumatizada, na perspectiva da Assistência de Enfermagem.
  • Associar essas características ao trauma na criança, com base nos parâmetros de normalidade.
  • Conhecer os Diagnósticos de Enfermagem possíveis para essa situação, planejando, implementando e avaliando as intervenções de enfermagem.
  • Promover a continuidade do cuidado à criança e à sua família, mesmo após a estabilização do quadro.
  • Trauma na gestante.

O trauma é a principal patologia em crianças e adultos jovens, representando um importante problema de saúde pública (SOUSA et al., 2009).

Mais de 10 milhões de crianças são atendidas por ano no departamento de emergência dos Estados Unidos (PHTLS, 2007). Os acidentes, envolvendo veículos motorizados, são responsáveis por 80% das lesões em crianças, estando estas, presentes como passageiros, como pedestres ou ciclistas (PHTLS, 2007). As quedas continuam sendo a principal causa de traumatismo nas crianças, seguidas pelos atropelamentos, pelos traumas relacionados ao esporte e por agressões físicas (SOUSA et al., 2009).

Trauma Pediátrico

Os acidentes são uma das principais causas de morte em crianças de todas as idades, com uma incidência mais elevada nos jovens. A sobrevivência das crianças que sofrem de trauma maior depende do tratamento inicial que recebem antes de chegar ao hospital.

Neste sentido, de acordo com ATLS (2007), PHTLS (2007) e Sousa et. al (2009), aproximadamente 22 milhões de crianças ao ano sofrem trauma nos Estados Unidos; 80% destas lesões envolvem veículos motorizados (passageiro, ciclista ou pedestre); as estatísticas são seguidas por maus tratos em crianças menores de 1 ano e; temos ainda afogamentos e queimaduras.

As lesões de coluna correspondem a 5% dos traumas, sendo:

  • < 10 anos => por acidentes automobilísticos.
  • 10 – 14 anos => por acidentes automobilísticos e atividades esportivas.

A avaliação da vítima pediátrica politraumatizada é igual à do adulto. O sucesso do atendimento inicial das emergências pediátricas refletirá na qualidade de vida da criança após a fase de reabilitação (ATLS, 2007). A primeira prioridade é a via aérea, ou seja, a respiração, depois a circulação, a avaliação neurológica inicial e finalmente a exposição da criança sem perda de calor.

Contudo, há diferenças importantes quanto à reanimação e ao manejo da via aérea do doente pediátrico, como por exemplo:

  • A cabeça e a língua são relativamente maiores que no adulto;
  • As crianças respiram habitualmente pelo nariz, por ser a via aérea de maior tamanho;
  • O ângulo da mandíbula é maior; a laringe está situada mais cranealmente; a epiglote tem forma de “U” e é proporcionalmente maior;
  • A região cricoide é a zona mais estreita da laringe e é a que limita o tamanho do tubo endotraqueal. Quando se chega à idade adulta, a cartilagem cresceu e a parte mais estreita da via aérea são as cordas vocais;
  • A traqueia de um recém-nascido a termo tem 4 cm de comprimento e pode alojar um tubo de 2.5 a 3 cm de diâmetro interno (a traqueia do adulto tem em média 12 cm de comprimento);
  • A distensão gástrica é uma complicação frequente ao reanimar um paciente pediátrico, e uma sonda nasogástrica pode ajudar a descomprimir o estômago.

Veja a seguir um esquema resumido dessas diferenças com a criança. Acompanhe na animação:

Palavra do Profissional
Se é necessário entubar um paciente, deve-se evitar tubos endotraqueais sem cuff em crianças menores de 10 anos, para reduzir assim o risco de edema e ulceração da região subglótica. Por outro lado, a intubação em crianças pequenas é sempre mais fácil pela boca do que pelo nariz.

Os sinais de choque no paciente pediátrico incluem:

  • Taquicardia.
  • Pulsos periféricos fracos ou ausentes.
  • Preenchimento capilar prolongado > 2 segundo.
  • Taquipneia.
  • Agitação.
  • Sonolência.
  • Diminuição do débito urinário.