Módulo 9: O cuidado nas urgências e emergências: cirúrgicas, ginecológicas e obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e demais agravos.
Unidade 1: Os cuidados de urgência e emergência nos quadros de abdômen agudo

Introdução, definição e etiologia
Avaliação clínica: histórico clínico e exame geral
Exame físico Abdominal
Abdômen agudo: tratamento, cuidados e intervenções de enfermagem

Histórico clínico e exame geral

O histórico clínico

O histórico clínico é fundamental na caracterização da dor abdominal. Entretanto, a história individual de cada paciente contribui para o cuidado adequado. Informações socioeconômicas, familiares e culturais auxiliam no diagnóstico e nos cuidados de enfermagem. Assim, devemos avaliar quem é o sujeito do cuidado em situação crítica de saúde.

Para isso, faz-se necessário saber onde ele vive, quais suas crenças e valores, profissão, etnia, vida familiar, condições de trabalho e renda. O acolhimento e a conquista da confiança do cliente são requisitos que contribuirão para a tomada de decisões, para minimizar a dor e outras intervenções de diagnóstico e tratamento. No caso de dor abdominal, a atenção aos pacientes idosos ou com alterações de nível de consciência deve ser especial. Por isso sua história deve ser a mais completa possível de forma a focar os aspectos a seguir enunciados:

Saiba Mais
Para maiores informações sobre o tema, consulte os conteúdos:

Protocolo clínico e de regulação para dor abdominal aguda no adulto e idoso, disponível aqui.

Simpósio Brasileiro e Encontro Internacional sobre Dor, acessível aqui.

Queixa principal

Esteja atento também às queixas principais do paciente, tais como:

• Característica, localização, início e duração da dor;
• Eventos associados. Por exemplo: ciclo menstrual, patologias crônicas, consumo de alimentos, uso de medicamentos e outras drogas, assim como situações de estresse;
• Demais alterações sentidas/percebidas: náuseas, vômitos, refluxo alimentar, disfagia, anorexia, polifagia, pirose, flatulências, prurido, hematêmese, alterações de hábitos intestinais, diarreia, constipação, sangramentos nas evacuações, perda ou ganho de peso, alteração da circunferência abdominal (TALBOT; MEYERS-MARQUARDT, 2001).
• Em casos dede abdômen agudo interrogado, identificar se a dor é somática ou pariental, visceral, irradiada ou referida (SALLUN; PATANHOS, 2007).

Palavra de Profissional
A dor abdominal é um sintoma comum nos serviços de emergência e representa um espectro de diversas patologias que oscilam entre manifestações benignas e emergências cirúrgicas. Constitui um desafio diagnóstico para toda a equipe de saúde. A compreensão da anatomia, da fisiologia e da patologia abdominal é vital para a formulação de diagnósticos diferenciais para a dor abdominal.

Assim, é muito importante perceber como a dor abdominal é gerada e sentida pelo doente. A dor visceral, vaga, deve ser distinguida da dor somática aguda, mais definida e localizada, característica da peritonite. A cólica abdominal constitui uma dor aguda, localizada, que aumenta até um pico, diminuindo, em seguida, de intensidade, mas persistindo depois. Geralmente, encontra-se subjacente a doença de víscera oca. O mecanismo postulado é a contração do músculo liso proximal a uma obstrução completa ou parcial, sugere: litíase biliar, litíase renal, oclusão intestinal de delgado (ENFERMAGEM EM CUIDADOS CRÍTICOS, 2005; MORTON; FONTAINE, 2011; SALLUN; PATANHOS, 2007).

Saiba Mais
Para que você possa aprofundar sua avaliação da dor abdominal, sugerimos os seguintes vídeos que tratam de sua especificidade. Assista-o aqui.

Assista também ao vídeo “Cuide do aparelho digestivo”, disponível aqui.

Exame físico geral

O exame físico é requisito importante para o diagnóstico de enfermagem. Nesta etapa da avaliação do cliente, atente para a expressão fisionômica e a frequência dos movimentos corporais na tentativa de uma posição antálgica (que atenua a dor), observe também os seguintes sintomas, apresentados a seguir:




Neste estudo, aprendemos a respeito da avaliação clínica de enfermagem por meio do histórico clínico e do exame geral para a avaliação da dor abdominal. Aprendemos que esses elementos são essenciais à enfermagem para a tomada de decisões quanto ao melhor cuidado que deve ser prestado à pessoa com quadro de abdômen agudo.