Módulo 9: O cuidado nas urgências e emergências: cirúrgicas, ginecológicas e obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e demais agravos.
Unidade 1: Os cuidados de urgência e emergência nos quadros de abdômen agudo

Introdução, definição e etiologia
Avaliação clínica: histórico clínico e exame geral
Exame físico Abdominal
Abdômen agudo: tratamento, cuidados e intervenções de enfermagem

Abdômen agudo: tratamento, cuidados e intervenções de enfermagem

O tratamento do abdômen agudo

O atendimento ao paciente com abdômen agudo é desafiante ao profissional mais experiente. Nos serviços de urgência e emergência, 30 a 40% dos casos apresentam dor ou outro distúrbio abdominal. Em consequência da grande variedade de manifestações clínicas e da necessidade de tomada de decisão em minutos ou, ainda, da espera por horas ou dias para a confirmação do diagnóstico, impõe-se alta pressão sobre a equipe de profissionais que atuam neste tipo de serviço (SALLUN; PATANHOS, 2007; FERES; PARRA, 2008).

Considerando que existem causas não cirúrgicas de dor abdominal, a indicação cirúrgica deve ser precisa e a operação realizada no momento ideal, mesmo sem confirmação diagnóstica (SALLUN; PATANHOS, 2007; FERES; PARRA, 2008).

Como vimos até aqui, a dor é um importante sinal para a avaliação e o atendimento do paciente com quadro de abdômen agudo.

Saiba Mais
Convidamos você a ler com atenção os artigos a seguir recomendados, com a finalidade de ajudá-lo a avaliar esse sinal adequadamente.

1. Escala Multidimensional de Avaliação de Dor, disponível aqui; e

2. Medidas de avaliação da dor, disponível aqui.

Intervenções de enfermagem

É importante lembrar a gravidade do problema do paciente e também que os sujeitos apresentam diferenças e similitudes em cada caso de abdome agudo. Tanto para o cliente/paciente como para seus familiares, a ansiedade, o medo e a dor são fatores importantes que requerem atenção especial da equipe de enfermagem. Dentre as principais intervenções, destacamos:

• Promover medidas de higiene e conforto ao cliente;
• Controlar os sinais vitais, especialmente a temperatura corporal devido à possibilidade de quadro infeccioso local;
• Manter o equilíbrio hidroeletrolítico;
• Registrar manifestações cutâneas gerais, especialmente aquelas que podem denunciar alterações na circulação sanguínea;
• Relatar característica, intensidade, localização e fatores que agravam ou aliviam a dor do paciente. Destacamos que o significado da dor é subjetivo. Em cada paciente, a experiência da dor é diferente.

Apreendemos que o abdome agudo pode ser entendido não como uma doença, e sim como sinais que indicam um quadro de risco à vida, o que requer diagnóstico e tratamento emergencial. Dessa forma, destacamos a importância das habilidades técnicas fundamentais requeridas no atendimento ao paciente com abdome agudo, assim como atenção à dimensão integral do cuidado, tanto para o cliente/paciente como para seus familiares.

O Enfermeiro apresenta-se como ator fundamental neste cenário, diagnosticando, prescrevendo, executando e liderando um grande rol de intervenções em diversos níveis de complexidade da atenção. Assim sendo, neste caso, é requerido também um rol de habilidades técnicas de enfermagem que, além de rápidas e seguras, proporcionem ao cliente e aos seus familiares os cuidados integrais necessários, reduzindo danos e desconfortos frequentes nos casos de abdome agudo atendidos nos serviços de urgência e emergência.