Módulo 9: O cuidado nas urgências e emergências: cirúrgicas, ginecológicas e obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e demais agravos.
Unidade 2: Os cuidados de enfermagem nas urgências/emergências ginecológicas e obstétricas

Abortamento: diagnóstico e intervenções de enfermagem
Placenta prévia: manifestações clínicas e exames laboratoriais
Descolamento prematuro da placenta e rotura uterina

Manifestações clínicas

Placenta Prévia

Sua classificação depende do grau de cobertura ou proximidade do orifício interno, da seguinte forma (RICCI, 2008):

• Placenta prévia total: ocorre quando todo o orifício cervical interno está coberto pela placenta;
• Placenta prévia parcial: ocorre quando o orifício interno encontra-se parcialmente coberto pela placenta;
• Placenta prévia marginal: ocorre quando a placenta encontra-se na margem ou na borda do orifício interno;
• Placenta prévia baixa: ocorre quando a placenta encontra-se implantada no segmento inferior e encontra-se próximo do orifício interno, mas não o alcança.

Na figura a seguir podemos visualizar as diversas localizações de placenta prévia.

Figura: Localizações da placenta prévia

Fonte: www.fotosearch.com.br/LIF153/cog1202

A placenta prévia ocorre em 1 (uma) a cada 200 gestações que chegam ao terceiro trimestre, porém é um achado ultrassonográfico frequente em exames realizados entre 16 e 20 semanas de gestação. Contudo, até 90% desses achados normalizarão até o termo, devido à teoria da “migração” placentária. Isso ocorre devido à combinação entre o crescimento placentário em direção ao fundo uterino, que é mais bem vascularizado, conferindo uma implantação placentária adequada. As complicações estão associadas à hemorragia, descolamento da placenta ou cesariana de emergência (BRASIL, 2010; RICCI, 2008).

A principal causa de morbimortalidade é a hemorragia. A prevenção e o tratamento efetivo da hemorragia minimizam a gravidade do distúrbio (ENKIN, 2005).

Exame físico na suspeita de placenta prévia:

• Sinais vitais;
• Palpação abdominal;
• Medida da altura uterina;
• Ausculta dos batimentos cardíacos fetais;
• Exame especular cuidadoso.

NÃO realize toque vaginal até conhecer a localização exata da placenta.

Para averiguar a placenta prévia, utiliza-se a ultrassonografia abdominal. Ela irá mostrar a localização placentária em relação ao orifício interno do colo do útero (BRASIL, 2010).

Saiba Mais
Convidamos você a consultar o Manual técnico de gestação de alto risco do Ministério da Saúde, disponível aqui.

Continue na página a seguir, onde trataremos dos exames laboratoriais.

Exames laboratoriais

Os exames laboratoriais que devem ser solicitados na vigência do sangramento são:

• Hematócrito e hemoglobina;
• Tipagem sanguínea ABO Rh;
• Coagulograma: pode ser realizado teste do coágulo, com coleta de 10 ml de sangue em tubo seco – deve se formar um coágulo firme após 7–10 minutos;
• A coagulopatia é condição rara na placenta prévia.

Palavra de Profissional
A conduta nos casos de placenta prévia vai depender do volume do sangramento, da condição hemodinâmica materna e da idade gestacional.

Alguns cuidados de enfermagem podem ser apropriados para a mulher que apresenta placenta prévia (RICCI, 2008). Observe na animação seguir quais são eles:

O cuidado de enfermagem à mulher/gestante que apresenta um distúrbio hemorrágico devido à Placenta Prévia (PP) envolve ações do enfermeiro que fundamentais à sua recuperação. Sendo assim, neste estudo procuramos lhe proporcionar subsídios para que você possa prestar uma assistência qualificada nesse momento crítico da vida da mulher.