Módulo 9: O cuidado nas urgências e emergências: cirúrgicas, ginecológicas e obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e demais agravos.
Unidade 3: Os cuidados de enfermagem na parada cardiorrespiratória pediátrica

Suporte Avançado de Vida (SAV), compressões torácicas e locais de verificação do pulso
Desfibrilador Externo Automático, ventilação e vias para administração de medicação

Suporte Avançado de Vida (SAV)

Introdução

As emergências na infância acontecem por diferentes causas e podem levar a criança a níveis variados de gravidade, sendo que o extremo é a parada cardiorrespiratória. A Parada Cardiorrespiratória (PCR) em crianças geralmente é o resultado progressivo de falência respiratória (caracterizada pela ventilação inadequada, oxigenação insuficiente ou ambos) ou choque (inadequado fluxo sanguíneo e insuficiente demanda de oxigênio).

Cabe ressaltar que o tipo de choque mais comum em pediatria é o choque hipovolêmico.

O diagnóstico da PCR é realizado pela presença de inconsciência, ausência de pulsos em grandes artérias e apneia ou respiração agônica (“gasping”) (LANE, 2007; CAPOVILLA, 2002).

Destaca-se que os ritmos mais frequentes que levam a uma parada cardíaca em crianças são a fibrilação ventricular (FV) e a taquicardia ventricular sem pulso (VT) (KLEINMAN et al., 2010b).

O atendimento à PCR consiste na ressuscitação cardiopulmonar (RCP), ou seja, procedimentos que seguem um protocolo pré-definido de ações coordenadas e simultâneas, tais procedimentos são determinados pela American Heart Association (AHA).

Além disso, estas recentes diretrizes destacam que o monitoramento das crianças e dos infantes pode ser feito via eletrocardiografia, ecocardiografia e capnografia (KLEINMAN et al., 2010b).

Quando se pensa em PCR, é preciso que se pense na Cadeia de Sobrevivência Pediátrica da American Heart Association (AHA), representada na Figura 3.1, que demonstra os passos a serem seguidos por meio dos cinco elos. Sendo que os três primeiros correspondem ao Suporte Básico de Vida (SBV) e os dois últimos ao Suporte Avançado de Vida (SAV).

O SAV inclui o emprego de equipamento e técnicas durante a RCP com o intuito de obter e manter a oxigenação, a ventilação e a perfusão efetivas; a monitorização do paciente; a obtenção de acesso vascular e; a identificação e o tratamento de causas da PCR (KLEINMAN et al., 2010b; KATTWINKEl et al., 2010).

Cabe ainda destacar que o primeiro seria a prevenção, o segundo, o início das manobras de RCP, o terceiro, o contato com o serviço de resgate, o quarto, o SAV, e o quinto, os cuidados pós-parada (BERG et al., 2010).

Figura 3.1: Cadeia de sobrevivência pediátrica da AHA


Fonte: Kleinman et al. (2010)

A sequência recomendada de RCP constitui no “CAB” (compressões torácias, abertura de vias aéreas e boa respiração) (BERG et al., 2010).

O CAB deve ser realizado após o profissional de saúde diagnosticar que a criança está em PCR. Para a verificação do pulso, o profissional não deve exceder 10 segundos, e assim que perceber a ausência do pulso deve iniciar a RCP, com uma frequência mínima de 100 compressões por minuto.

Saiba Mais
Para mais informações sobre este tema, convidamos você a consultar os seguintes sites, disponíveis:

Paediatric Advanced Life Support
e
Pediatric Basic and Advanced Life Support

Na página a seguir trataremos das compressões torácicas e dos locais de verificação do pulso. Acompanhe!