Módulo 9: O cuidado nas urgências e emergências: cirúrgicas, ginecológicas e obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e demais agravos.
Unidade 3: Os cuidados de enfermagem na parada cardiorrespiratória pediátrica

Suporte Avançado de Vida (SAV), compressões torácicas e locais de verificação do pulso
Desfibrilador Externo Automático, ventilação e vias para administração de medicação

Desfibrilador Externo Automático e ventilação

Desfibrilador Externo Automático

O DEA (Desfibrilador Externo Automático) vem sendo cada vez mais citado nas Diretrizes da AHA, pois é um equipamento portátil e computadorizado que possui no seu interior um software capaz de analisar o Eletrocardiograma (ECG), incluindo a frequência e o traçado da onda cardíaca (QRS), e ainda libera energia (choque) após a análise de um ritmo chocável, por meio de um algoritmo programado (COSTA; MIYADAMIRA, 2008).

O DEA/DAE pode ser usado em pediatria, porém, veja na animação a seguir algumas ressalvas (KLEINMAN et al., 2010b; AHA, 2010):

Cuidados na utilização do DEA com crianças

• Em crianças de 1 a 8 anos, deve-se utilizar um sistema atenuador de carga pediátrico, se disponível;
• Caso o DEA não possua o sistema atenuador pediátrico, deve-se usar um DEA padrão;
• Para crianças com menos de 1 ano de idade, prefira o desfibrilador manual. Caso não haja um disponível, utilize o DEA com atenuação de carga pediátrica. Caso não tenha nenhum dos dois disponíveis, utilize um sem atenuador de carga;
• A carga ideal de desfibrilação em pacientes pediátricos não é conhecida, porém pode-se considerar uma carga inicial de 2 J/kg;
• Nos choques subsequentes, os níveis de energia devem ser de, no mínimo, 4 J/kg, podendo ser considerados níveis de energia mais altos, desde que não excedam 10 J/kg ou a carga máxima para adultos.

Caso a criança chegue à emergência ou tenha uma PCR dentro do ambiente hospitalar, sem suspeita de trauma, e ela esteja não responsiva, havendo suspeita de estar sufocada, a via aérea deve ser verificada.

As duas formas que temos para isso são as manobras chin-lift (inclinação da cabeça - elevação do queixo  e jaw-thrust (elevação da mandíbula). Ressalta-se que em caso de suspeita de trauma de crânio ou cervical, a manobra utilizada para a abertura das vias aéreas deve ser a de elevação da mandíbula (manobra jaw-thrust) (BERG et al., 2010).

Figura: Manobra chin-lift  

 

Figura: Manobra jaw-thrust

O número de ventilações que devem ser realizadas em lactentes menores de um ano de idade e em crianças é de 1 (uma) ventilação a cada 6-8 segundos, totalizando 8-10 vent./min. (KATTWINKEL et al., 2010; COSTA; MIYADAMIRA, 2008). As ventilações devem ser assincrônicas com as compressões torácicas e; caso a criança ou o infante esteja entubado, deve-se ventilar sem interromper as compressões (BERG et al., 2010; AHA, 2010).

Para que a ventilação seja realizada de forma adequada e positiva, há necessidade de identificação e reconhecimento da função de cada aparato tecnológico a ser utilizado.

Assim, destacamos as características de cada dispositivo utilizado para ventilação no SAV (KLEINMAN et al., 2010a, 2010b).

Quadro 3.1: Dispositivo para ventilação no SAV

Figura: Técnica “E-clamp

Figura: Técnica “E-clamp” com dois profissionais

 

 

Na página a seguir, abordaremos as Vias de administração de medicação. Acompanhe!