Epidemiologia

Indicadores de Saúde

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Indicadores de Mortalidade

Mortalidade Proporcional por Idade

Um indicador muito utilizado para comparar regiões com diferentes graus de desenvolvimento, criado em 1957, é o Indicador de Swaroop-Uemura ou Razão de Mortalidade Proporcional (RMP). Este indicador é calculado dividindo-se o número de óbitos em indivíduos com 50 anos ou mais pelo total de óbitos da população (VERMELHO; LEAL; KALE, 2005).

Ele permite classificar regiões ou países em quatro níveis de desenvolvimento:

1º nível (RMP ≥75%):
países ou regiões onde 75% ou mais da população morrem com 50 anos ou mais, padrão típico de países desenvolvidos;
2º nível (RMP entre 50% e 74%):
países com certo desenvolvimento econômico e regular organização dos serviços de saúde;
3º nível (RMP entre 25% e 49%):
países em estágio atrasado de desenvolvimento das questões econômicas e de saúde; e
4º nível (RMP< 25%):
países ou regiões onde 75% ou mais dos óbitos ocorrem em pessoas com menos de 50 anos, característico de alto grau de subdesenvolvimento.

Atualizando: utilizando-se dados referentes a 34 países em quatro épocas (1950, 1960, 1970 e 1980), foi verificado que a porcentagem de óbitos de pessoas com 50 anos ou mais não proporcionou o maior poder de discriminação entre países mais e menos desenvolvidos, em qualquer das épocas; nas duas últimas, foi a percentagem de óbitos de pessoas com 75 anos ou mais que correspondeu a esse maior poder. Foi sugerida a conveniência de reformulação das classes propostas por Swaroop e Uemura, definindo-se outras baseadas na RMP dada por pessoas com 75 anos ou mais. Perceba no quadro 2 a significativa diferença entre Santa Catarina e Amapá em 2010. Enquanto que no estado catarinense 35,8% dos óbitos ocorreram entre pessoas com 75 anos de idade ou mais, no Amapá, este percentual chegou a apenas 20,0%!

Quadro 2 – Número e proporção de óbitos de pessoas com 75 anos de idade ou mais em Santa Catarina, Amapá e no Brasil em 2010. Fonte: BRASIL, 2009a.

Curvas de Mortalidade Proporcional

As curvas de mortalidade proporcional, ou como são conhecidas, curvas de Nelson de Moraes, receberam este nome em homenagem ao sanitarista brasileiro que as idealizou em 1959. São construídas a partir da distribuição proporcional dos óbitos por grupos etários em relação ao total de óbitos. O seu formato gráfico permite avaliar o nível de saúde da região estudada. Os grupos etários considerados nas curvas são: menores de 1 ano, 1 a 4 anos, 5 a 19 anos, 20 a 49 anos e 50 anos ou mais, correspondendo, esta última, à faixa etária do indicador de Swaroop-Uemura (VERMELHO; LEAL; KALE; 2005).

As variações da curva de mortalidade proporcional representam distintos níveis de saúde, como você pode visualizar a seguir:

Veja no gráfico 3 a curva de Nelson de Moraes para o Brasil, Santa Catarina e Amapá. Nela, notamos que tanto o Brasil como Santa Catarina apresentaram, em 2010, curvas do tipo IV.

Essas curvas são classificadas como nível de saúde elevado, pois a maior parte dos óbitos ocorrem acima de 50 anos (74,3% no Brasil e 77,0% em Santa Catarina), e a menor parte ocorre entre menores de 1 ano (3,5% no Brasil e 2,6% em Santa Catarina), configurando uma curva em formato que se assemelha à letra “jota”. Percebe-se um padrão diferente no Amapá, onde a proporção de óbitos entre os mais jovens é expressivamente maior.

A crítica a tal curva é a sua atual capacidade reduzida de discriminar desigualdades entre regiões, pelos mesmos motivos citados anteriormente em relação ao indicador de Swaroop-Uemura.

Gráfico 3 – Curva de Nelson de Moraes para o Brasil, Santa Catarina e Amapá, 2010 Fonte: MS/SUS/DASIS/SIM.

Boing, d’Orsi e Reibnitz Jr.

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