Epidemiologia

Acessando os Sistemas de Informações em Saúde (SIS)

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Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB)

Agora vamos estudar sobre o Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB).

Dezenas de milhares de Agentes Comunitários de Saúde visitam periodicamente milhões de domicílios brasileiros. Já na década de 1990, o número crescente de equipes da ESF e de famílias assistidas e acompanhadas pela estratégia gerava uma expressiva quantidade de dados que pouco eram considerados pelos serviços de saúde.

Para administrar esse volume de dados, o Ministério da Saúde desenvolveu um sistema para o gerenciamento das informações produzidas no âmbito da ESF; essa ferramenta se chama Sistema de Informação de Atenção Básica.

No SIAB, a sistematização e depuração dos dados permitem que os profissionais conheçam a realidade sociossanitária da população acompanhada pela Equipe de Saúde da Família apoiada pelos profissionais do NASF possam auxiliar no planejamento local de saúde e avaliação das medidas implementadas.

Veja quais são os instrumentos de coleta de dados do SIAB. Desejamos mostrar o grande potencial que cada ficha apresenta na produção de informações extremamente importantes.

Cadastramento das famílias – Ficha A
Por meio dela podem ser conhecidos o total de pessoas acompanhadas pela sua equipe, a idade delas e quantas são homens e quantas são mulheres. Além disso, a equipe poderá saber se são alfabetizadas, quais suas ocupações e se referem ter alguma doença. Por fim, há informações sobre as condições de moradia: tipo de casa, destino de lixo, modo de tratamento e abastecimento da água no domicílio e destino de fezes e urina.
Resumindo: você terá indicações de quem são as pessoas que você acompanha e como vivem, permitindo uma melhor compreensão do processo saúde-doença.
Acompanhamento de gestantes – Ficha B-GES
É possível saber se as gestantes de sua área de abrangência tomaram a vacina TT (Toxóide tetânico), qual o seu estado nutricional, número e datas das consultas de pré-natal e exposição a fatores de risco.
Acompanhamento de hipertensos – Ficha B-HAS
Nesse caso, o agente comunitário de saúde colocará à disposição da equipe a informação se o hipertenso está seguindo a dieta recomendada, se está tomando a medicação prescrita e se está praticando exercícios físicos caso tenha sido recomendado. Essas informações permitirão identificar, por exemplo, a adesão à terapia medicamentosa e não medicamentosa.
Acompanhamento de diabéticos – Ficha B-DIA
Na ficha B-DIA, informações semelhantes às da Ficha B-HAS serão coletadas e as mesmas possibilidades de avaliações estarão disponíveis, porém, para pessoas com diabetes. São adicionadas informações dos pacientes sobre o uso de hipoglicemiante oral e insulina.
Acompanhamento de pacientes com tuberculose – Ficha B-TB
Os pacientes com tuberculose estão tomando medicação diariamente? Eles apresentam reações adversas? Fizeram exame de escarro? E os comunicantes foram examinados? Todas essas informações podem ser obtidas por meio da análise da Ficha B-TB.
Acompanhamento de pacientes com hanseníase – Ficha B-HAN
De maneira semelhante, são obtidas informações em relação à pessoa com hanseníase, acrescido de dado sobre a execução de autocuidado para a prevenção de incapacidades.
Acompanhamento de crianças – Ficha C (Cartão da criança)
Qual o perfil das crianças adscritas à sua área? Através da Ficha C é possível descrever o peso delas ao nascer, seu comprimento, perímetro cefálico, Apgar 5’ e tipo de parto realizado. A coleta mensal de dados antropométricos (peso e altura) permite que a equipe acompanhe seu desenvolvimento e adote medidas relevantes quando necessário.
Registro de atividades, procedimentos e notificações – Ficha D
Com o bom preenchimento da Ficha D, são coletadas medidas sobre a produção da equipe, tipos de consultas, encaminhamentos médicos, procedimentos realizados e doenças de notificação.

Essas fichas descritas acima são consolidadas nos seguintes relatórios:

  1. consolidado anual das famílias cadastradas – Relatórios A1, A2, A3 e A4;

  2. situação de saúde e acompanhamento das famílias – Relatórios SSA2 e SSA4;

  3. produção e marcadores para avaliação – Relatórios PMA2 e PMA4.

No item a, os números 1, 2, 3 e 4 nos relatórios indicam os níveis de agregação correspondentes: microárea (1), área (2), segmento (3) e município (4).

Como profissional da saúde, certamente você trabalha e conhece cada uma das fichas do SIAB. Dessa maneira, não cabe, nesse momento e nesse curso, descrever os modos de preenchimento dos seus campos e blocos. Mas precisamos discutir suas potencialidades e como o SIAB é trabalhado na sua realidade.

Não há dúvidas de que o SIAB pode ser uma poderosa ferramenta na consolidação da ESF. A quem cabe transformar essa possibilidade numa realidade? Aos gestores e profissionais. Sim, você também deve melhorar os registros, cuja qualidade ainda é bastante inferior em comparação com outros SIS.

Por exemplo, quando uma microárea está descoberta em razão das férias de uma ACS, como os dados daquela região serão anotados? Ou não serão? Você também deve agir ativamente para que a sua equipe e o seu gestor empreguem os dados do SIAB nas discussões de planejamento local. Seja um agente da mudança, contagie seus colegas a realizar planejamentos baseados na realidade epidemiológica de sua comunidade.

Boing, d’Orsi e Reibnitz Jr.

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