Outro aspecto pouco questionado pelas equipes diz respeito ao reconhecimento do território e ao acompanhamento sistemático do espaço social. De maneira geral, a delimitação do território definida pela gestão é orientada pela lógica burocrático-administrativa, com base em critérios geográficos. Essa lógica se contrapõe ao conceito de território–processo definido por Mendes (1995), que fundamenta o modelo de atuação das Equipes de Saúde da Família.
Se os limites geográficos são definidos burocraticamente, cabe à equipe entender esse território como um espaço social em contínua transformação.
Portanto, o espaço territorial e as suas características sociossanitárias são importantes instrumentos a serem considerados no processo de trabalho.
Em local reservado de acesso exclusivo à equipe, um mapa inteligente, com identificação dos domicílios, precisa ser constantemente atualizado. E nele devem estar plotados:
- os marcadores de saúde eleitos no planejamento;
- os marcadores eleitos pela gestão;
- os locais e as famílias de atuação prioritária; e
- as áreas ou situações de risco.
Figura – Exemplo de mapa territorial plotado
Esse instrumento permitirá o acompanhamento e o monitoramento da situação de saúde do território e facilitará a apropriação de informações atualizadas pela equipe.
Na Prática:
E, na sua unidade de saúde, como estão as informações das famílias e do espaço social?
Você já percorreu a pé o território onde residem as famílias sob sua responsabilidade? Ainda não? Então está na hora!
Programe uma atividade de reconhecimento do território com sua equipe e em conjunto construam um mapa inteligente.
Conheça, efetivamente, sua área de atuação.
Lacerda e Moretti-Pires