Módulo 4: Metodologia do Trabalho Científico
Unidade 1: O processo de investigação científica e sua relação com os tipos de conhecimento

O processo de investigação científica e os tipos de conhecimento

A pesquisa científica

O fato de se realizar o planejamento não significa, porém, que se sigam normas rígidas. A flexibilidade deve ser a característica principal do planejamento da pesquisa, de tal forma que as estratégias previstas não bloqueiem a criatividade e a imaginação crítica do investigador.

A investigação não deve se desenvolver em função das normas, mas em função do seu objetivo, que é buscar a explicação para o problema investigado. Para tanto, o método é uma forma de progredir em direção a um objetivo.

Os métodos não são mais do que formalizações particulares do procedimento, percursos diferentes concebidos para estarem mais adaptados aos fenômenos ou domínios estudados. Mas esta adaptação não dispensa a fidelidade do investigador aos princípios fundamentais do método científico e das especificidades de cada abordagem de pesquisa, seja ela quantitativa ou qualitativa.

Pesquisar então significa identificar uma dúvida que necessita ser esclarecida e construir e executar o processo que apresenta a sua solução, quando não há teorias que a expliquem, ou quando as teorias que existem não estejam aptas para fazê-lo.

Desde a preparação até a apresentação de um relatório de pesquisa estão envolvidas diferentes etapas. Elas não são estanques, podem ser concomitantes ou até mesmo interpostas. O fluxo apresentado tem apenas a finalidade didática de exposição. Antes mesmo de pensar em etapas e fluxos, precisamos retomar alguns conceitos que ajudam a esclarecer sobre diferentes modos de conhecer e sua relação com a pesquisa.

Seja no âmbito profissional ou na vida cotidiana, recorremos a alguns saberes que facilmente são identificados em sua origem, ou que sabemos que aprendemos em um processo de educação formal, no ensino básico, na universidade, entre outros. Muitos deles são derivados da ciência, mas já nos acompanham desde a infância – como: porque o dia possui 24 horas; - outros são exclusivos de uma formação profissional – como: o que observar numa gestante que está sendo acompanhada.

Muitos outros tipos de conhecimento nos ajudam a tomar decisões todos os dias, portanto são úteis e importantes, mas foram adquiridos pela tradição ou no processo de socialização num grupo ou comunidade. O acesso aos saberes também é diverso e ninguém vive alheio ao que a sociedade já produziu de conhecimentos, embora o acesso e os benefícios do saber não sejam igualmente distribuídos.

Aqui você vai relembrar os diferentes tipos de conhecimento e caracterizar um tipo em especial – o conhecimento científico. Afinal, nesta etapa de formação você não apenas fará crescentes aprofundamentos nas bases cientificas de seu trabalho, mas também desenvolverá um trabalho acadêmico científico, o que significa entender bem o que isso significa.

O grande desafio das sociedades é produzir mais e melhores conhecimentos, mas, também, fazer com este conhecimento contribua para que todos vivam melhor.

Os diferentes tipos de conhecimentos

Ao falarmos em conhecimento científico, o primeiro passo consiste em diferenciá-lo de outros tipos de conhecimento existentes. Para tal, vamos analisar duas situações históricas, que podem servir de exemplo:

Hoje quase não há parteiras leigas. Os partos são em grande maioria atendidos em hospitais. Onde a mulher pode passar pelo parto normal ou cesáreo e é submetida a procedimentos que visam assegurar boas condições de saúde dela e do seu recém-nascido, sendo que os cuidados se tornaram mais complexos que antes.

Para sobreviver e facilitar sua existência, o ser humano confrontou-se permanentemente com a necessidade de dispor do saber, inclusive de construí-lo por si só.

Mesclam-se neste exemplo, dois tipos de conhecimento, o popular e o científico. Veja detalhes de cada tipo seguindo para a próxima página: