Educação em Saúde é uma ferramenta que ao longo dos anos vem sendo discutida e recomendada e que cada vez mais se torna necessária dentro de um contexto preventivo. Não é decidir o que é importante, mas é facilitar, junto com outros saberes, as condições para as pessoas encontrarem a melhor forma de cuidar da saúde. Importante ressaltar a necessidade de interlocussão entre diferentes saberes para que haja uma construção de um conhecimento. “A construção de conhecimento implica uma interação comunicacional, em que os sujeitos com saberes diferentes, porém não hierarquizados, se relacionam a partir de interesses comuns. Nessa perspectiva todos somos educadores e fazemos circular saberes diversos e de diferentes ordens, construídas no enfrentamento coletivo ou individual de problemas concretos.”(Acioli et al, 2001).
Bate Papo
Educação em saúde para construção de conhecimento
Olá Welida, boa tarde! É verdade que a educação em saúde vem sendo discutida e recomendada há bastante tempo. Na declaração de Alma Ata em 1978 já se dizia que " É direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento e na execução de seus cuidados de saúde" e diz ainda que "os cuidados primários à saude incluem: educação no tocante a problemas prevalecentes de saúde e aos métodos para sua prevenção e controle, promoção...", ou seja, educação não é um tema novo na área da saúde, e como você disse, deve haver uma interdisciplinaridade para este enfrentamento coletivo.
Na Declaração de Alma Ata diz ainda: " Os cuidados primários de saude envolvem, além do setor saúde, todos os setores e aspectos correlatos do desenvolvimento nacional e comunitário, mormente a agricultura, a pecuária, a produção de alimentos, a indústria, a educação, a habitação, as obras públicas, as comunicações e outros setores". Como podemos ver, este assunto é discutido há décadas. Precisamos ser colaboradores deste processo!
Olá Wélida, Bom dia. Infelizmente vemos que muitos colegas enfermeiros esquecem que o conhecimento também é adquirido através desta interação comunicativa entre os profissionais e os pacientes. Onde trabalho vejo enfermeiros que atuam como se já soubessem tudo e não precisam mais de nenhuma educação saúde. Esse exemplo acaba por enfuenciar outros profissionais que trabalham com esses enfermeiros e vejo que prejudicam no processo de educação continuada. O resultado é o atendimento do paciente deixando a desejar. Algo que poderia ser usado para a educação em saúde acaba por gerar um distanciamento entre o paciente e os profissionais. Abraços, Carla Faria.
Wélida boa tarde,
Ao considerarem que o cuidar associado ao educar possibilita a conversão e diversificação dos conhecimentos, proporcionando a possibilidade de serem construídos, desconstruídos e adaptados as necessidades individuais e coletivas. Destacam que o enfermeiro possui uma prática intimamente ligada às intervenções educativas, levando em consideração a recuperação, prevenção e as necessidades de ensino do paciente. Parabens por sua colocação. Abraço maria de fatima
Gostei do tema. É preciso conhecer sua população para falar a mesma língua. Muitos não sabem ler, não perguntam por vergonha , dizem que esqueceram os óculos em casa com medo de terem que ler e etc. Precisamos aprender a ouví-los e fazê-los participar das rodas de conversas. Contar casos de pessoas simples para dar exemplos. Sempre estaremos aprendendo coisas novas e partilhando nos grupos educativos.
“A construção de conhecimento implica uma interação comunicacional, em que os sujeitos com saberes diferentes, porém não hierarquizados, se relacionam a partir de interesses comuns. Nessa perspectiva todos somos educadores e fazemos circular saberes diversos e de diferentes ordens, construídas no enfrentamento coletivo ou individual de problemas concretos.” (Acioli; Carvalho; Stotz (2001, p. 102-103).
Concordo com você Patrícia, para uma interação entre profissional e usuário e uma troca de saberes é de extrema importância que se conheça sua população, seus problemas e cultura, caso contrário não haverá um entendimento, muito menos uma troca de saberes.