De algum modo, por mais que alguma pessoa possa preencher todos os critérios do viver saudável, sempre haverá alguma faceta de seu processo de viver que o deixa vulnerável. Porém, não significa dizer com isto que devemos adotar um viés de cuidado persecutório em relação aos processos possíveis de adoecimento.
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Neste sentido, “vulnerabilidade” e “ser vulnerável” não tem o mesmo significado! Veja a seguir as explicações.
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Neste ínterim, inferimos que a emergência do conceito de vulnerabilidade permite repensar a questão dos grupos e comportamentos de risco para além de aspectos individuais e enfatizar a importância de uma associação entre fatores coletivos e contextuais, levando ao reposicionamento dos sujeitos no contexto da prevenção.
Assim, deveríamos avançar para além da noção de uma vulnerabilidade generalizada, balizada exclusivamente na desigualdade de poder das relações de gênero, econômica, social e que expõe os sujeitos a riscos.
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Devemos estar cientes de que para muitas pessoas a promoção da saúde está relacionada com necessidades imediatas de manutenção fisiológica e social (comer, beber, vestir, ir e vir com segurança, por exemplo) do que com a ameaça, em longo prazo, de desenvolver uma DCNT; algumas pessoas aderem melhor às orientações de grupo, e se fortalecem no grupo, do que às orientações individuais.
A promoção da saúde é, pois, um espaço de negociação permanente e de entendimento da complexidade das relações e das potencialidades de intervenção.
Com essa compreensão, introduz-se a ideia das relações de poder entre as pessoas, os grupos e as nações. E, assim, aponta-se para a natureza dinâmica da vulnerabilidade, o que é fundamental para a emancipação dos usuários dos serviços de saúde. A pessoa vulnerável com necessidades não atendidas, com dificuldades para acesso aos bens, serviços e realização de suas capacidades vê-se mais frágil na negociação que pode ser menos justa e igualitária, predispondo-a a danos.