A iminência do parto provoca na mulher e em seu acompanhante sensações de alívio e apreensão. A mulher verbaliza mais a dor que está sentindo, podendo gritar, se agitar e agir descontroladamente. O enfermeiro deve encorajar a mulher a “ouvir” o seu corpo e a compreender em qual momento deve esforçar-se, retomando, assim, o controle sobre seu corpo e aumentando a confiança na capacidade de dar à luz (ROTHMAN, 1996).
Acompanhe na animação a seguir:
Cuidado de enfermagem à mulher durante o período de dequitação
No período de dequitação, geralmente a mulher encontra-se excitada em relação ao parto, apresenta-se aliviada e com a atenção voltada ao recém-nascido. Enquanto o profissional que prestou assistência ao parto completa a liberação da placenta, o enfermeiro observa a mulher quanto a sinais de alteração no nível de consciência ou de respiração modificada.
Para auxiliar a mulher a expelir a placenta, a enfermeira pode incentivar a mulher a fazer força para empurrar a placenta, quando há sinais de descolamento (vide Unidade 2, deste módulo).
Além disso, é importante salientar que neste período há risco de hemorragia, pela hipotonia ou retenção de restos placentários. Portanto, são cuidados de enfermagem importantes durante o período de dequitação (PIOTROWSKI, 2002; LEVENTHAL, 2006; SAITO; RIESCO; OLIVEIRA, 2006):
• Verificação dos sinais vitais.
• Observação dos sinais de descolamento da placenta.
• Observação do tempo em que a dequitação está acontecendo.
• Avaliação da altura e consistência uterina.
• Observação de sinais de hemorragia.
Estímulo do contato precoce com o recém-nascido, através do contato pele a pele. Para tanto, o recém-nascido deve ser posicionado despido sobre o abdômen da mulher e então deve ser coberto (o enfermeiro deve cuidar para que a cabeça do bebê fique aquecida). Garantir que o recém-nascido permaneça aquecido e sem perigo de escorregar do abdômen de sua mãe é uma responsabilidade do enfermeiro. Além disso, a amamentação precoce deve ser estimulada, favorecendo a contração uterina pela liberação de ocitocina.
Imediatamente após a expulsão placentária, o útero deve ser avaliado quanto à sua involução e contração.
Os pais devem ser consultados sobre o fim dado à placenta, tendo em vista que algumas culturas apresentam costumes próprios para o seu manuseio e cuidados após o nascimento (PIOTROWSKI, 2002).