Módulo 7: Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e da Criança: Parto e Nascimento
Unidade 4: Intercorrências Obstétricas e Neonatais

Cuidados de enfermagem, síndromes e roturas
Deslocamento prematuro de placenta
Intercorrências obstétricas e neonatais

DPP

O descolamento prematuro de placenta (DPP) é determinado pela separação da placenta normalmente inserida no útero antes do nascimento. O descolamento acontece após 22 semanas de gestação (OMS, 2005).

Usaremos a classificação de Sher, a mesma utilizada pelo Ministério da Saúde Brasileiro (BRASIL, 2010):



O DPP é uma das piores complicações obstétricas, ocorrendo em aproximadamente 1% a 2% das gestações. A morbimortalidade materna é muito aumentada diante deste acometimento devido ao aumento da incidência de hemorragia, coagulopatia, hemotransfusões, cesáreas, histerectomia, podendo levar à morte. As complicações perinatais também estão presentes como: prematuridade, retardo do crescimento fetal, baixo peso ao nascer, sofrimento fetal e óbito. A principal causa de DPP não traumática é a hipertensão e a não traumática, acidente automobilístico.

Principais fatores de risco para o DPP:

• Hipertensão (hipertensão gestacional, hipertensão preexistente). A hipertensão é responsável pelo DPP em 50% dos casos.
• Rotura prematura de membranas ovulares.
• Cesariana previa.
• Tabagismo.
• Idade materna avançada.
• Uso de drogas (álcool, cocaína e crack).
• Condições que causem hiperdistensão uterina (polidrâmnio, gestação gemelar).
• Trauma (automobilístico - trauma abdominal direto).
• DPP em gestação anterior.
• Amniocentese, cordocentese.

Fonte: Brasil (2010).

Palavra de Profissional
A gestante pode chegar à instituição de saúde (maternidade) em situação clínica compatível com choque hipovolêmico, no momento da admissão; portanto a possibilidade de hipertensão não pode ser descartada.

DDP
O DPP é caracterizado por dor abdominal variando de dor leve à intensa, acompanhada por endurecimento abdominal, denominado tetania, em casos mais graves. O sangramento nem sempre está presente; em 20% dos casos, forma-se um hematoma retroplacentário. Este sangramento é responsável pela “apoplexia útero-placentária” que pode causar hipotonia uterina levando à hemorragia pós-parto. Outro agravo do hematoma retroplacentário é a coagulopatia.
Diagnóstico - DPP
Exames

Uma maneira rápida e não onerosa de investigar coagulopatia é colher 10 ml de sangue da gestante em um tubo seco e aguardar entre 7 a 10 minutos; se o resultado for negativo, ocorre à formação de um coágulo firme. A dosagem de fibrinogênio abaixo de 250 mg/dl não é normal e abaixo de 150 mg/dl é indicativo de coagulopatia instalada.

Saiba Mais
O Ministério da Saúde sugere um fluxograma de condutas e você pode acessar no livro Manual técnico gestação de alto risco na página 61, para saber mais: Clique aqui e confira.

O estudo da próxima página trata da Placenta Prévia (PP).

Vamos em frente!