Poder planejar a gravidez e preparar-se adequadamente para essa fase é um direito da mulher e de seu companheiro. O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) recomenda que o atendimento à mulher que deseja engravidar inicie na pré-concepção e que a assistência se estenda até um ano depois do nascimento da criança; que todos os encontros de profissionais de saúde com mulheres em idade reprodutiva sejam considerados uma oportunidade para o cuidado na pré-concepção, promovendo saúde e bem-estar (GREGORY; DAVIDSON, 1999).
A atenção pré-concepcional é parte da atenção primária à saúde da mulher em idade reprodutiva e é definida como um conjunto de intervenções com vistas à identificar e modificar os fatores de risco reprodutivo, e estimular comportamentos saudáveis antes da concepção. Ela proporciona à mulher e ao seu companheiro, as informações necessárias para que juntos tomem decisões sobre seu futuro reprodutivo (FESCINA, et al., 2010).
A atenção pré-concepcional consiste no processo de identificação de fatores de risco e de doenças que possam alterar a evolução normal de uma futura gestação. Contribui para melhora das condições existentes mediante intervenções precoces antes da concepção e do início da rotina pré-natal, sendo um instrumento para redução da morbidade e mortalidade materna e infantil (LU et al., 2000; BERRY et al., 2001).
O aconselhamento pré-concepcional tem sido cada vez mais enfatizado e divulgado nos últimos anos e pode ser considerado determinante para um bom prognóstico durante a gravidez e o parto.
O profissional de saúde que conduz a consulta pré-concepcional deve buscar compreender as informações por parte do casal, aproveitando o momento para aconselhar sobre intervalo interpartal e planejamento familiar, além de estimular a mulher a conhecer seu ciclo menstrual e procurar serviços de saúde, caso surjam novos agravos ou problemas de saúde.
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Promover a saúde no período pré-concepcional é uma forma de contribuir para o sucesso da gravidez, de todo o processo de parto e nascimento, e para a redução de mortalidade materno-fetal, uma vez que muitos dos fatores que condicionam negativamente o futuro de uma gestação podem ser detectados, evitados, modificados ou eliminados, antes que a mulher engravide.
A avaliação pré-concepcional é altamente eficaz quando existem doenças crônicas, como diabetes mellitus, hipertensão arterial crônica, epilepsia, infecções por HIV, além de outras situações, como anemias, carcinomas de colo uterino e de mama. É importante, também, a avaliação pré-concepcional do parceiro, incluindo a testagem para sífilis e HIV/Aids. No entanto, há ainda, a necessidade de sensibilizar a população em idade fértil sobre os benefícios do planejamento de uma gravidez.
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