Vínculo
Vínculo e acolhimento são conceitos que se inter-relacionam e se complementam na construção da humanização da atenção à saúde.
Em alguns momentos do texto, você poderá se questionar se não são a mesma coisa. Em parte você está certo, pois ambos integram a humanização da assistência e sua separação é mais conceitual do que prática.
De acordo com Silva Junior e Mascarenhas (2004), o vínculo possui três dimensões: afetividade, relação terapêutica e continuidade. Clique para ver detalhes de cada dimensão:
As dimensões do Vínculo
Afetividade
Como primeira dimensão, consideramos que um bom acolhimento é o primeiro passo para o estabelecimento do vínculo, que busca o estabelecimento de laços de compromisso e corresponsabilidade entre os usuários/população e os profissionais da saúde/serviços de saúde, ou seja, vai além de um simples contato.
Para estabelecer o vínculo, é necessária uma aproximação efetiva, compreendendo suas necessidades e comprometendo-se com elas.
A afetividade está relacionada ao profissional gostar do que faz e, com isto, mostrar-se aberto, atento e interessado nos usuários/comunidade.
Relação terapêutica
Na segunda dimensão, a própria relação entre profissional e usuário é considerada terapêutica se pautada na confiança que se estabelece entre ambos.
Continuidade
Na terceira dimensão, a continuidade está relacionada à permanência do profissional no mesmo serviço por um longo tempo, acompanhando um mesmo grupo de usuários. Esta continuidade é geralmente a dimensão mais difícil de ser estabelecida, pois há muitos elementos que podem influenciá-la e que não dependem somente do desejo (PINHEIRO; OLIVEIRA, 2011).
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Palavra do Profissional |
Estas três dimensões, como você já teve ter percebido, ainda são mais importantes quando o usuário é uma pessoa que possui uma doença crônica como o DM e a HAS. Contar sempre com um mesmo enfermeiro com o qual já estabeleceu uma relação de confiança e que já conhece sua história pode fazer toda a diferença!
Para fechar este estudo na próxima página você verá a Responsabilização do enfermeiro como um fator determinante no atendimento humanizado à saúde dos usuários com HA e DM.
Na atenção aos usuários com DM e HAS, destacamos mais uma vez a importância de uma relação dialógica. Para isto, é preciso primeiro reconhecer que temos conhecimento somente sobre parte da situação e que o usuário em condição crônica conhece outra parte.
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Saiba Mais |
Procure mais informações nestas indicações de leitura:
BARCELOS, L. M. S.; ALVIM, N. A. T. Conversa: um cuidado fundamental de enfermagem na perspectiva do cliente hospitalizado. Rev. Bras. Enferm. Brasília, v. 56 n. 3. maio/jun. 2003.
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DURÃES-PEREIRA, M. B. B. B.; NOVO, N. F.; ARMOND, J. E. A escuta e o diálogo na assistência ao pré-natal, na periferia da zona Sul, no município de São Paulo. Ciênc. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, mar./abr. 2007.
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Pense nos usuários com DM e HA que você vem cuidado nos últimos meses. Você lembra o nome e sabe mais do que alguns aspectos relacionados ao tratamento?
O vínculo entre enfermeiro e usuário com DM e HAS é um dos elementos fundamentais no sucesso do tratamento, que envolve:
- Bom controle metabólico e de possíveis complicações;
- Satisfação com a vida e manter-se envolvido com suas atividades.
Para estabelecer este vínculo, é preciso envolver-se de alguma forma com cada pessoa, mostrar-se interessado, reconhecer os sucessos alcançados, mostrando-se aberto para as necessidades que tiver e promover sua inclusão tanto nos serviços de saúde, quanto na comunidade de maneira geral.