Módulo 7: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM)
Unidade 1: Acolhimento, vínculo e responsabilização do enfermeiro na atenção aos usuários com Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus

Atenção a usuários com HAS e DM

Responsabilização

Ao falar sobre a responsabilização do enfermeiro algumas questões são fundamentais para se pensar, veja a seguir algumas destas questões:

Há várias situações que podem levá-la a pensar que prefere a evolução da doença a abrir mão de certos prazeres, como a alimentação, uma vez que, muitas vezes, essa evolução é silenciosa, causando sofrimentos maiores a longo prazo.

Outra situação é a que ocorre com pessoas que depois dos 45-50 anos consideram que essas doenças fazem parte do seu processo de envelhecimento e que não há como mudar o curso delas, aceitando-as de forma passiva, pois já viram pais, tios, avós nesta mesma situação. Bom, poderíamos falar de uma infinidade de situações que, sem dúvida nenhuma, estão presentes na vida de muitas pessoas e que vão ser tomadas em conta na decisão de seguir ou não os cuidados e tratamentos.

Então, você acha que a decisão da pessoa em não seguir os cuidados e tratamentos foi realizada de forma autônoma, somente porque ela conhecia o que deveria fazer? Não!

Há mais coisas envolvidas e o enfermeiro precisa levá-las em conta em sua avaliação sobre a autonomia da pessoa, especialmente perguntar-se:

  • Será que eu sei tudo que preciso saber?
  • Será que aquela pessoa sabe tudo que poderia saber para tomar uma decisão diferente?
Mudar a perspectiva, compreender a complexidade do viver com uma condição crônica envolve a necessidade de manter o diálogo horizontal; de envolver-se afetivamente; de estabelecer espaços de efetiva comunicação; de olhar para esta pessoa como um todo.

Estas posturas estabelecem um efetivo envolvimento com a pessoa em condição crônica, convergente ao que já abordamos nos itens sobre acolhimento e vínculo.

Merhy (1994) afirma que é preciso estar sensível com o sofrimento e aflições do outro, sentindo-se também responsável por ele e agindo de forma não burocrática e pessoal.

Ao pensar desta forma, a responsabilização do enfermeiro se expande ao lhe exigir maior engajamento em diferentes ações, que incluem, por exemplo:
  • Assumir o compromisso com sua permanência em um mesmo serviço ou atuando na mesma área de abrangência.
  • Participar no planejamento institucional e assistencial defendendo as necessidades específicas das pessoas em condição crônica.
  • Fortalecer a articulação com outros serviços de saúde, no avanço da referência e contrarreferência, para a construção/consolidação da rede de atenção às pessoas em condição crônica.

A responsabilização do enfermeiro pela atenção à saúde das pessoas em condição crônica pode envolver a quebra de normas ou regras previamente estabelecidas.

Você consegue lembrar alguma vez que quebrou alguma regra e se sentiu satisfeito por estar conseguindo atingir um objetivo maior?

É claro que essas situações são aquelas especiais e que devem ser discutidas com sua equipe e são compreendidas como parte de sua responsabilização na promoção de um viver mais saudável da pessoa em condição crônica.

Palavra do Profissional
Esperamos que você tenha compreendido o papel do enfermeiro na atenção humanizada à saúde dos usuários com HA e DM, e reconheça sua importância na atenção integral à saúde.