No setor saúde, temos geralmente uma visão disciplinar, corporativa, unidimensional; numa lógica linear, mecanicista e redutora, que de certa forma não pode explicar a complexidade do fenômeno saúde/doença e da realidade (MEIRELLES; ERDMANN, 2005). Este aspecto assume maior relevância quando pensamos em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) e todas as suas implicações no cuidado.
Veja mais sobre a Assistência sobre as DCNT:
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Você já pensou de onde surgiu este termo interdisciplinaridade?
A ideia de interdisciplinaridade já vem desde os filósofos gregos com a possibilidade de formar um homem integral, voltando à discussão nos tempos atuais, na década de 60, com os trabalhos de Gusdorf, Piaget, Bastide, Jantsch, dentre outros.
O termo surge como a possibilidade de unir os conhecimentos que vão se fragmentando nos espaços especializados (MEIRELLES; ERDMANN, 2005).
Com o decorrer do tempo tivemos a evolução do conceito de interdisciplinaridade e das formas de relações disciplinares?
Porém, explicitaremos melhor, porque não podemos deixar de citar a classificação de Erich Jantsch, em 1972, na Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico - OCDE (JAPIASSU, 1976), que até hoje tem suscitado discussões e servido de referência para diversos pesquisadores do assunto.
Veja mais sobre a evolução do conceito de interdisciplinaridade:
Veja o que Japiassu (1976, p. 74) afirma ao fechar o conceito!
“A interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa”.
Estas definições são bastante teóricas, então, mas vamos tentar explicar. Veja o texto no quadro:
Se o processo de especialização do saber científico constituiu a tônica nos últimos três séculos, a segunda metade do século vinte, sobretudo, vai explicitar com intensidade cada vez maior a necessidade de uma comunicação entre as especialidades.
Em um primeiro momento, a especialização é uma necessidade para a construção da identidade de um determinado saber, surgem as disciplinas com um corpo específico de conhecimento (como a Enfermagem).
Hoje, saberes impõem-se cuja identidade não pode mais ser encontrada no específico, mas no diálogo que permeia e atravessa diversas áreas previamente delimitadas (Interdisciplinaridade: enfermagem no diálogo com outras disciplinas).
Para dizer de outro modo, o mesmo processo de crescimento da complexidade do saber humano sobre o mundo que gerou a necessidade da especialização vem, ultimamente, questionando a compartimentalização e apontando a necessidade premente de se buscar o rompimento das barreiras que se construíram entre os diferentes campos dos saberes.
A visão mecânica do mundo precisa ser substituída por uma visão orgânica. E o enfoque do ser humano, além do ser biológico/físico, deve ser considerado nas suas múltiplas dimensões, na sua totalidade.
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