Confira agora, quais são os profissionais envolvidos na formação da equipe multidisciplinar.
Em alguns casos pode ser necessário o acompanhamento psiquiátrico (BRASIL, 2004b). A psico-oncologia é a área que estuda a influência de fatores psicossociais sobre o desenvolvimento, manifestações e tratamento do câncer sobre as pessoas.
A intervenção psicológica ocorre também na sensibilização da equipe de saúde para as necessidades emocionais de cada indivíduo, transmitindo conhecimentos da área psicológica aos profissionais; na intervenção de doenças agudas e crônicas com estratégias que facilitem diminuir os efeitos de condições de estresse ligados a procedimentos. Contribuindo na implementação das relações equipe - família - criança (CREPALDI et al., 2006).
No caso de pacientes com câncer de mama, quando não for possível a reconstrução mamária, próteses mamárias de uso externo devem ser adaptadas após a alta do curativo, visando diminuir a alteração na imagem corporal.
Caso seja prescrito protocolo quimioterápico que ocasione queda dos cabelos, a imagem corporal também pode ser afetada e a ela precisará de suporte psicológico e orientações para cuidados com a estética corporal (BRASIL, 2004b).
No caso de mulheres com câncer de colo do útero e de homens com câncer de próstata, a atenção psicológica deve abranger a função sexual e reprodutiva.
Cuidados específicos devem ser direcionados às mulheres com diagnóstico de câncer de colo de útero tratadas com a terapêutica braquiterápica, pois como consequência do tratamento (se não tratada preventivamente) poderá vir a ter estenose vaginal, o que exigirá orientação para fisioterapia vaginal (BRASIL, 2008a).
Caso a terapêutica cirúrgica seja indicada, o enfermeiro deverá prestar os cuidados necessários no pré, intra e pós-operatório e ainda enfatizar a educação para o autocuidado. Estes cuidados não podem ser esquecidos, pois entre a cirurgia e a continuidade do tratamento ou seguimento estabelece-se uma lacuna de tempo.
Estes cuidados serão minuciosamente estudados ao longo deste Módulo.
Muitas pessoas passam por esta fase sem acompanhamento e orientações, o que pode trazer consequências complexas e até irreversíveis.
O enfermeiro deve indicar a participação em grupos de apoio interdisciplinar, nesses grupos discutem-se aspectos educativos, sociais e emocionais, visando à reintegração à vida cotidiana (BRASIL, 2004b).
A atenção do terapeuta ocupacional objetiva a contribuição para o retorno das atividades sociais, profissionais e atividades no próprio núcleo familiar, bem como para adequações funcionais diante de incapacidades de ordem neurológica, motora, dentre outras (BRASIL, 2008a).
| Palavra de Profissional |
O profissional tem a sua formação ancorada tanto nas ciências biológicas quanto nas ciências humanas. Por isso, está capacitado a colaborar com a equipe e trabalhos interdisciplinares, tanto na esfera da saúde física quanto na saúde mental, na perspectiva da prevenção, orientação e tratamento ou habilitação (DE CARLO, 2006).
Então, a aproximação entre os saberes dos profissionais e os saberes da pessoa com diagnóstico de câncer, numa prática dialogada e competente, possibilita a adoção de estratégias de cuidados eficazes nos serviços de saúde para com a pessoa cuidada e sua família (ROSA, 2011).
Em suma, viver com o diagnóstico de câncer ou ser um sobrevivente do câncer exige cuidados continuados em saúde. Nesta direção, somente por meio da interdisciplinaridade poderá ser possível atender aos anseios e às necessidades em suas diferentes dimensões.
| Saiba Mais |
Este estudo apresentou a interdisciplinaridade como prática em saúde de inter-relação e interação entre as diversas disciplinas, articulando os conhecimentos para resolução dos problemas ou alcance dos objetivos. Na interdisciplinaridade, a equipe objetiva a totalidade, isto é, vê a pessoa cuidada de forma biopsicossocial e insere a família neste processo de cuidado. Afirmamos que para a atuação interdisciplinar faz-se necessária a definição clara dos papéis profissionais, das normas e dos valores profissionais. Na atenção à pessoa com diagnóstico de câncer e família, a atuação interdisciplinar deve iniciar desde a fase do diagnóstico da doença e ser mantida até a sobrevivência da pessoa com câncer.