A política de alerta à saúde das mamas destaca a importância do diagnóstico precoce e significa orientar a população feminina sobre as mudanças habituais das mamas em diferentes momentos do ciclo de vida e os principais sinais do câncer de mama.
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Saiba Mais |
Mas o que é fundamental saber sobre o ECM e a mamografia? Confira!
Quando é importante fazer e a periodicidade (BRASIL, 2010b):
• Mulheres de 40-49 anos: ECM anual e, se estiver alterado, mamografia;
• Mulheres de 50-69 anos: ECM anual e mamografia de dois em dois anos;
• Mulheres de 35 anos ou mais, com risco elevado: ECM e mamografia anual.
A seguir, confira como interpretar o resultado e como proceder em cada caso (BRASIL, 2010b):
• ECM: todas as alterações percebidas por meio das etapas do ECM (inspeção visual, palpação das axilas, das regiões supraclaviculares e tecido mamário) devem ser relevadas. A detecção de anormalidades, desde alterações de cor da pele das mamas até a presença de massas, nódulos, retrações da pele da mama ou mamilo, feridas e descarga papilar espontânea, exige investigação diagnóstica com exames complementares (mamografia, ultrassonografia, punções, biópsias);
• Mamografia: para cada resultado de categoria BI-RADS® é prevista uma conduta, desde o retorno à rotina do rastreamento até o encaminhamento para investigação diagnóstica ou tratamento em unidades de referência.
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Palavra de Profissional |
Sobre o câncer de mama, conheça o fluxo de atendimento nos diferentes níveis de atenção à saúde.
I) Rede de atenção primária:
Cabe à Rede de Atenção Primária (FUNCAMP, 2008):
• Promover ações de educação em saúde para conscientizar as mulheres sobre a saúde das mamas;
• Implementar ações de promoção à saúde e prevenção do câncer de mama;
• Enfatizar a importância da periodicidade dos exames de rastreamento, do retorno para busca de resultado e tratamento;
• Elaborar estratégias para recrutar as mulheres da área de abrangência para a realização do ECM anual para mulheres a partir de 40 anos de idade;
• Solicitar mamografia para mulheres com ECM alterado e mulheres pertencentes ao grupo de risco (50-69 anos);
• Referenciar casos alterados (ECM alterado ou mamografia BIRADS 0, 3, 4 ou 5 com ou sem exame clínico alterado) aos centros de atenção secundária;
• Atendimento no manejo da dor, atendimento nas intercorrências clínicas mais simples e prevalentes dos pacientes em tratamento.
É importante estruturar uma gestão do cuidado oncológico dentro da unidade. Para uma gestão adequada é imprescindível a capacitação periódica no manejo dos fatores de risco, a solicitação e a interpretação de exames, o encaminhamento adequado e a participação efetiva no suporte terapêutico e no cuidado paliativo (FUNCAMP, 2008).
II) Rede de Atenção Secundária:
Cabe às Unidades Ambulatoriais Especializadas, tanto regionais quanto municipais, (FUNCAMP, 2008):
• Receber os casos alterados encaminhados pela rede básica e realizar propedêutica complementar, tendo como foco o diagnóstico e tratamento de patologias benignas, com encaminhamento ágil para o tratamento oncológico na atenção terciária, se necessário, ou devolvendo à rede básica com orientações para seguimento.
• Contar com profissionais especializados e todo material necessário para esclarecimento diagnóstico (mamografia, ultrassonografia, biópsia por agulha grossa e punção por agulha fina).
• Fazer o seguimento dos casos com diagnóstico de lesões precursoras como hiperplasia ductal atípica, hiperplasia lobular atípica e carcinoma lobular in situ.
• Assumir o seguimento clínico e mamográfico dos casos de câncer referenciados pelo setor terciário (mulheres seguidas há mais de 5 anos pós-tratamento e livre de doença; mulheres com carcinoma ductal in situ após 2 anos de tratamento e acompanhamento livre de doença) e referenciar na suspeita de recidiva ou metástase.
• Contar com hospital geral para tratamento das patologias benignas, inclusive as que necessitem de intervenções cirúrgicas, abordagem cirúrgicas para esclarecimento diagnóstico como biópsias excepcionais, assim como atendimento de intercorrências em cuidados paliativos que não necessitem de atendimento em hospitais terciários.
III) Rede de atenção terciária:
A rede de atenção terciária consiste em unidade de alta complexidade (Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia-UNACON ou Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia-CACON) que realiza exames e tratamentos oncológicos.
Conheça melhor cada uma das unidades a seguir.
Cabe à rede de atenção terciária:
• A confirmação diagnóstica, o estadiamento e o tratamento das mulheres com câncer de mama, incluindo carcinoma ductal in situ, englobado tratamento cirúrgico, quimioterápico, hormonioterápico, radioterápico, cirurgia plástica reconstrutiva, desde o início da abordagem terapêutica até o tratamento de recidivas e metástases;
• Fazer o diagnóstico quando fora de proposta terapêutica e recomendar tratamento ou cuidados paliativos;
• Contar com ambulatórios de especialidades, pronto-atendimento, serviços de diagnóstico especializado, laboratórios, enfermarias, centros cirúrgicos com equipamentos adequados e leitos de UTI para retaguarda pós-operatória e hemoterapia;
• Identificar e confirmar predisposição genética de mulheres ou famílias, fornecendo aconselhamento, seguimento e opções terapêuticas quando pertinentes;
• O seguimento clínico (segundo protocolo próprio) dos casos tratados de câncer até completar 5 anos de sobrevida livre de doença e dos in situ até 2 anos livre de doença, após este período contrarreferenciar para seguimento no nível secundário, garantindo suporte diagnóstico e terapêutico nos casos de suspeita de recidiva ou metástases (FUNCAMP, 2008).