Módulo 8: Linhas de Cuidado: Oncologia - (Câncer de Mama, Câncer do Colo do Útero e Tumores da Próstata)
Unidade 4: Protocolos para a detecção precoce de Câncer de Mama, Câncer do Colo do Útero e Tumores da Próstata. Fluxo de atendimento nos diferentes níveis de atenção à saúde.

Detecção precoce e rastreamento do câncer

Tumores da próstata

O rastreamento para o câncer da próstata não é recomendado. Homens que demandem espontaneamente a realização do exame de rastreamento devem ser informados por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a essa prática e posteriormente definirem em conjunto com a equipe de saúde pela realização ou não do rastreamento (BRASIL, 2010).

Como o antígeno dosado é produzido pelas células epiteliais da próstata e não especificamente pela célula cancerosa, a dosagem do PSA pode estar alterada por outras doenças que não o câncer, como a prostatite e a hiperplasia benigna da próstata, assim como após a ejaculação e a realização de uma cistoscopia (BRASIL, 2002, p.11).

Palavra de Profissional
Apesar das incertezas quanto ao rastreamento, o toque retal (TR) e a análise do PSA (Prostate Specific Antigen ou Antígeno Prostático Específico) vêm sendo utilizados tanto para investigação em indivíduos suspeitos como para o rastreamento de rotina em indivíduos assintomáticos.

A confirmação da presença da neoplasia se dá com estudo histopatológico de fragmentos prostáticos obtidos por meio de biópsia transretal (BTR) guiada por ultrassonografia (FUNCAMP, 2008).

A equipe de saúde deve estar atenta aos seguintes fatores de risco (BRASIL, 2002): idade, história familiar e dieta.

Conheça mais sobre cada um desses fatores, Acompanhe na animação a seguir:

O diagnóstico do câncer da próstata é feito pelo estudo histopatológico do tecido obtido pela biópsia da próstata, que deve ser considerada sempre que houver anormalidades no toque retal ou na dosagem do PSA. (Prostate Specific Antigen ou Antígeno Prostático Específico).

O relatório anatomopatológico deve fornecer a graduação histológica do sistema de Gleason, cujo objetivo é informar sobre a provável taxa de crescimento do tumor e sua tendência à disseminação, além de ajudar na determinação do melhor tratamento para o paciente.

Sobre os Tumores da próstata (Câncer de próstata e Hiperplasia Benigna da próstata), vamos conferir o fluxo de atendimento nos diferentes níveis de atenção à saúde.

I) Rede de atenção primária

Como ainda não existe evidência sobre a validade dos programas de investigação em massa, o objetivo inicial é oferecer uma investigação oportunística. Incluir no programa de detecção precoce do câncer de próstata os homens com idade superior a 45 anos que procurem o serviço, lembrando que a idade é fator de risco.

Este programa deve constar de dois atendimentos no primeiro ano. O primeiro seria realizado por um médico generalista, que faria a solicitação do exame PSA. (Prostate Specific Antigen ou Antígeno Prostático Específico).

O resultado do exame seria associado ao exame digital (toque retal) realizado por um clínico treinado para a realização do toque retal. Se os dois exames apresentarem resultados normais, o paciente é orientado a retornar no ano seguinte já com exame de sangue para nova avaliação digital. No caso de alteração nos resultados, o usuário seria encaminhado para o Ambulatório de Urologia para seguimento com especialista. Se houver necessidade de realizar exames especializados o urologista pode solicitar, bem como encaminhar para centros de média complexidade.

Uma vez estabelecido o diagnóstico, os pacientes serão encaminhados para hospitais de maior porte para a realização do tratamento cirúrgico ou radioterapêutico.

II) Rede de atenção secundária e terciária

As cirurgias urológicas prostatectomia radical e orquiectomia bilateral podem ser realizadas nos centros de média ou alta complexidade. A complementação terapêutica (quimioterapia ou radioterapia) será realizada exclusivamente nos centros de Alta Complexidade.

Pensando no itinerário que o usuário com câncer percorre dentro dos níveis de atenção em saúde, você enfermeiro já refletiu sobre as atribuições, responsabilidades e recursos disponíveis em cada um desses níveis? Vamos olhar um pouco para isso?

Neste estudo discutimos os protocolos para detecção precoce do câncer de mama, câncer do colo do útero e tumores da próstata. No caso do câncer de mama, a estratégia adotada no Brasil para a detecção precoce consiste na realização do exame clínico das mamas (ECM) e da mamografia, com periodicidade definida no Documento de Consenso sobre o Controle do Câncer de Mama.

O principal método e o mais amplamente utilizado para rastreamento de câncer do colo do útero é o teste de Papanicolaou (exame colpocitopatológico do colo do útero). Em relação ao câncer de próstata, apesar das incertezas quanto ao rastreamento, o toque retal e a análise do PSA (Prostate Specific Antigen ou Antígeno Prostático Específico) vêm sendo utilizados tanto para investigação em indivíduos suspeitos como para o rastreamento de rotina em indivíduos assintomáticos. E também reforçamos que as ações devem seguir um fluxo de atendimento, uma linha de cuidado eficaz, englobando ações de rastreamento até o cuidado paliativo, integrando todos os níveis de atenção à saúde, cada qual com as suas competências definidas.