Módulo 8: Linhas de Cuidado: Oncologia - (Câncer de Mama, Câncer do Colo do Útero e Tumores da Próstata)
Unidade 6: Modalidades Terapêuticas e Cuidados de Enfermagem Relacionados

Considerações iniciais sobre o câncer e terapêutica cirúrgica
Terapêutica quimioterápica
Terapêutica Radioterápica
Hormonioterapia

Mecanismos de ação da radioterapia no tratamento do câncer de mama, colo de útero e próstata e radioproteção

Terapêutica Radioterápica

A radioterapia é o tratamento localizado que utiliza a radiação ionizante para destruir ou inibir o crescimento de células neoplásicas ou doentes. Essa terapêutica pode ser usada de forma isolada, combinada com a cirurgia, com a quimioterapia, ou com ambas, é uma modalidade curativa efetiva para muitas neoplasias. E ainda pode ser utilizada em caráter exclusivo, adjuvante, curativo e paliativo (BRASIL, 2009; SALVAJOLI, 1999).

A radiação ionizante é qualquer partícula ou radiação eletromagnética que ao interagir com a matéria ioniza (causa perda ou ganho de elétrons) os átomos ou moléculas. A radiação é a propagação de energia através do espaço ou da matéria. A interação da radiação ionizante com o meio biológico inicia-se como um processo físico e passa aos estágios físico-químico e biológico na manifestação de seus efeitos, como a morte celular, perda da função do órgão, mutagênese e carcinogênese (SALVAJOLI, 1999; SILVA; SILVA; CAMPOS, 2007).

Mas, como a radiação ionizante ocasiona a lesão celular?

Acompanhe este estudo que você ficará sabendo do que estamos tratando.

Saiba Mais
Você pode complementar seus conhecimentos com a leitura do Capítulo 7, intitulado Bases do Tratamento, da publicação Ações de enfermagem para o controle do Câncer: uma proposta de integração ensino-serviço, publicada pelo INCA.

Clique aqui e confira.

Retomando a chamada anterior sobre a reflexão formulada: De como a radiação ionizante ocasiona a lesão celular? Acompanhe na animação como se desenvolve os Mecanismos de ação da radioterapia.

O tratamento com radiação deve ser fracionado para que ocorra o reparo das células normais, após cada fração. O fracionamento aumenta a diferença na taxa de recuperação entre células normais e tumorais, o que melhora a oxigenação após cada fração (SALVAJOLI, 1999).

As células com função celular aumentada ou com menor grau de diferenciação celular são mais sensíveis à ação da radioterapia, em decorrência disto, surgem os efeitos colaterais.

Clique na animação a seguir, quais são os principais efeitos colaterais no tratamento com radiação:

Quanto aos efeitos resultantes à exposição às doses de radiação, há três categorias:

Efeitos genéticos
São os sofridos pelos descendentes da pessoa exposta. Esses efeitos atingem especificamente as células sexuais masculinas e femininas, espermatozoides e óvulos. As mutações são transmitidas aos descendentes dos indivíduos expostos.
Efeitos somáticos
Primariamente sofridos pelo indivíduo exposto, destacam-se também os profissionais expostos. Sendo o câncer o resultado primário, diz-se muitas vezes efeito carcinogênico.
Efeitos in-útero
Devido à exposição do feto à radiação. Os efeitos podem ser: morte intrauterina, retardamento no crescimento, desenvolvimento de anormalidades e desenvolvimento de câncer. Os efeitos intrauterinos envolvem a produção de má formação em embriões em desenvolvimento. A má formação produzida não indica um efeito genético, pois quem está sendo exposto é o embrião e não as células reprodutivas dos pais. Os efeitos da exposição intrauterina dependerão do estágio de desenvolvimento fetal (SALVAJOLI, 1999; SILVA; SILVA; CAMPOS, 2009).

Radioproteção

No desenvolvimento da radioterapia se faz necessária a radioproteção, que consiste em um conjunto de padrões e métodos de proteção para as pessoas em tratamento ou não, profissionais e meio ambiente. As normas de radioproteção são estabelecidas por organizações internacionais, como a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) e a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA). No Brasil, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

A radioproteção possui três princípios básicos:

• Justificação - quando houver atividade com exposição à radiação ionizante, deve-se justificá-la, levando-se em conta os benefícios advindos.
• Otimização - toda exposição deve manter o nível mais baixo possível da radiação ionizante, fator de proteção e segurança.
• Limitação da dose - as doses de radiação não devem ser superiores aos limites estabelecidos pelas normas de radioproteção de cada país (SOARES; FERREIRA, 2001).
• A atuação dos profissionais de enfermagem, que trabalham com radiação ionizante, está descrita na Resolução COFEN n. 211.

Radioterapia no câncer de mama, colo de útero e próstata

Para o tratamento do câncer de mama, a radioterapia (teleterapia) é indicada a todas as mulheres que foram submetidas à cirurgia conservadora e à mastectomia, dentro dos seguintes critérios:

• Tumor maior que 5 cm ou que invade pele e músculos.
• Mais que 3 linfonodos positivos.
• Linfonodos com extravasamento extracapsular.

Também é recomendada a radioterapia adjuvante em mulheres com tumores T1-T2 grau 3 com invasão linfovascular e em mulheres com T1-T2, 1 a 3 linfonodos positivos, se em idade menor de 45 anos ou com mais de 25% dos linfonodos positivos ou, ainda, localização medial do tumor (BUZAID; MALUF; LIMA, 2012).

Para tratamento do câncer de colo de útero, de acordo com o estadiamento da doença, utiliza-se a braquiterapia isolada ou a radioterapia externa associada à braquiterapia (BUZAID; MALUF; LIMA, 2012).

Para tratamento do câncer de próstata, de acordo com o estadiamento da doença, utiliza-se braquiterapia com ou sem radioterapia externa ou somente radioterapia externa (BUZAID; MALUF; LIMA, 2012).

Para fecharmos este tema, vamos estudar sobre a toxicidade ou efeitos colaterais e os cuidados de enfermagem relacionados à terapêutica radiológica. Vamos até a próxima página!