Introdução
O atendimento às vítimas de urgências e emergências neurovasculares tem se constituído uma preocupação constante para as equipes de saúde no atendimento pré e intra-hospitalar.
Segundo Cruz (2005), a habilidade para abordar a avaliação do paciente neurológico grave, estabelecer um diagnóstico preciso e tratar efetivamente as condições subjacentes requer uma equipe de enfermagem qualificada e atuante, para assim se obter um melhor resultado.
Cintra (2005) afirma que o Sistema Nervoso Central (SNC) é bastante complexo e delicado e que qualquer injúria pode levá-lo a consequências devastadoras com lesões irreversíveis e sequelas incapacitantes para toda a vida.
As autoras, Sasso et al. (2006), apontam que a avaliação neurológica inicial requer conhecimento e habilidade do enfermeiro. Essa avaliação tem como objetivo reduzir o agravo das lesões primárias, mas, quando realizada com precisão, evita o aparecimento das lesões secundárias, sendo que estas estão sempre associadas a um pior desfecho.
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A Epidemiologia Silenciosa
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado uma das maiores causas de morte e incapacidade adquirida em todo o mundo. A mortalidade varia consideravelmente em relação ao grau de desenvolvimento socioeconômico, sendo que, cerca de 85% ocorre em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, e um terço dos casos atinge a parcela economicamente ativa da população. Considerando-se a previsão de um crescimento da ordem de 300% da população idosa nas próximas três décadas, concentrado nos países em desenvolvimento, o prognóstico epidemiológico do AVC torna-se ainda mais sombrio (BRASIL, 2011).
A cada seis segundos, independente da idade ou sexo, alguém, em algum lugar, morre de um AVC. Isso é mais do que uma estatística de saúde pública. Estas são pessoas que eram irmãs de alguém, irmãos, esposa, marido, filha, filho, parceiro, mãe, pai, amigo. Eles existiam e eram amados. Atrás dos números são vidas reais (REDE BRASIL DO AVC, 2011).
O AVC é o distúrbio neurológico mais frequente em adultos. Além de ser uma doença muito prevalente, apresenta altíssima morbidade, sendo a principal causa de incapacidade permanente em muitos lugares do mundo. No Brasil, destaca-se por ser a principal causa de morte em pessoas acima de 40 anos (KNOBEL et al, 2003).
Muitos foram os avanços para a assistência aos pacientes com AVC, diante de tantas evidências, demonstrando o impacto desta doença para o Sistema Único de Saúde e para a sociedade em geral. Medidas urgentes necessitaram ser tomadas, incentivando os serviços de saúde a adotar estratégias de prevenção e recuperação. Foi então que o ministro de saúde, Alexandre Padilha, lançou a campanha chamando a atenção de gestores e profissionais de saúde de todo país.
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Saiba Mais |
Em 03 de novembro de 2011, foi lançada, oficialmente, pelo Ministério da Saúde, uma minuta de Portaria nº 665, que institui a Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (BRASIL, 2011b).
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Reduzir a morbimortalidade pelo AVC no Brasil, através da criação da linha de cuidado do AVC na Rede de Atenção às Urgências para o atendimento integral ao paciente, vislumbrando todas as suas demandas de atenção à saúde.
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Veremos na próxima página.