Módulo 7: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Cárdio e Neurovasculares
Unidade 2: Cuidado de Enfermagem nas Emergências Neurovasculares

Introdução
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico - AVCI
Acidentes Vasculares Cerebrais Hemorrágicos (AVCH)

Epidemiologia Silenciosa

Introdução

O atendimento às vítimas de urgências e emergências neurovasculares tem se constituído uma preocupação constante para as equipes de saúde no atendimento pré e intra-hospitalar.

Segundo Cruz (2005), a habilidade para abordar a avaliação do paciente neurológico grave, estabelecer um diagnóstico preciso e tratar efetivamente as condições subjacentes requer uma equipe de enfermagem qualificada e atuante, para assim se obter um melhor resultado.

Cintra (2005) afirma que o Sistema Nervoso Central (SNC) é bastante complexo e delicado e que qualquer injúria pode levá-lo a consequências devastadoras com lesões irreversíveis e sequelas incapacitantes para toda a vida.

As autoras, Sasso et al. (2006), apontam que a avaliação neurológica inicial requer conhecimento e habilidade do enfermeiro. Essa avaliação tem como objetivo reduzir o agravo das lesões primárias, mas, quando realizada com precisão, evita o aparecimento das lesões secundárias, sendo que estas estão sempre associadas a um pior desfecho.

Palavra do Profisional
Enfermeiro! Diante de um paciente com suspeita de agravos neurológicos fique atento aos seguintes sinais: alteração de pupilas; sinais neurológicos focais (paresia, plegia, disfasia, afasia, ataxia, paralisia facial); grau de coma; alteração dos movimentos oculares; sinais vitais: pressão arterial e frequência cardíaca.

A Epidemiologia Silenciosa

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado uma das maiores causas de morte e incapacidade adquirida em todo o mundo. A mortalidade varia consideravelmente em relação ao grau de desenvolvimento socioeconômico, sendo que, cerca de 85% ocorre em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, e um terço dos casos atinge a parcela economicamente ativa da população. Considerando-se a previsão de um crescimento da ordem de 300% da população idosa nas próximas três décadas, concentrado nos países em desenvolvimento, o prognóstico epidemiológico do AVC torna-se ainda mais sombrio (BRASIL, 2011).

A cada seis segundos, independente da idade ou sexo, alguém, em algum lugar, morre de um AVC. Isso é mais do que uma estatística de saúde pública. Estas são pessoas que eram irmãs de alguém, irmãos, esposa, marido, filha, filho, parceiro, mãe, pai, amigo. Eles existiam e eram amados. Atrás dos números são vidas reais (REDE BRASIL DO AVC, 2011).

O AVC é o distúrbio neurológico mais frequente em adultos. Além de ser uma doença muito prevalente, apresenta altíssima morbidade, sendo a principal causa de incapacidade permanente em muitos lugares do mundo. No Brasil, destaca-se por ser a principal causa de morte em pessoas acima de 40 anos (KNOBEL et al, 2003).

Muitos foram os avanços para a assistência aos pacientes com AVC, diante de tantas evidências, demonstrando o impacto desta doença para o Sistema Único de Saúde e para a sociedade em geral. Medidas urgentes necessitaram ser tomadas, incentivando os serviços de saúde a adotar estratégias de prevenção e recuperação. Foi então que o ministro de saúde, Alexandre Padilha, lançou a campanha chamando a atenção de gestores e profissionais de saúde de todo país.

Saiba Mais
Clique aqui para assistir o vídeo de divulgação da abertura da Campanha Nacional de Combate ao AVC, lançada em outubro de 2011.

Em 03 de novembro de 2011, foi lançada, oficialmente, pelo Ministério da Saúde, uma minuta de Portaria nº 665, que institui a Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (BRASIL, 2011b).

Palavra do Profissional
Qual então é objetivo desta iniciativa?

Reduzir a morbimortalidade pelo AVC no Brasil, através da criação da linha de cuidado do AVC na Rede de Atenção às Urgências para o atendimento integral ao paciente, vislumbrando todas as suas demandas de atenção à saúde.

Palavra do Profissional
Como dar-se-á a linha de cuidado?

Veremos na próxima página.