Módulo 7: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Cárdio e Neurovasculares
Unidade 2: Cuidado de Enfermagem nas Emergências Neurovasculares

Introdução
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico - AVCI
Acidentes Vasculares Cerebrais Hemorrágicos (AVCH)

Fisiopatologia e evidências

O AVCI é a interrupção abrupta do fluxo sanguíneo cerebral, ocasionado pelo acometimento da vasculatura cerebral, pela alteração do fluxo sanguíneo, ou do sistema de coagulação, para uma determinada região encefálica (DICINI; SILVEIRA, 2010). Para estas autoras, o AVCI é considerado como uma emergência neurológica, e a perda de tempo para a abordagem destes pacientes significa pior evolução. Levando em consideração sua gravidade, o paciente vítima de AVCI, deverá ser assistido por uma equipe treinada para este fim, composta de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde, baseando suas ações em protocolos reconhecidos, assim como acontece com o infarto Agudo do Miocárdio.

Contudo, Cruz (2005) chama a atenção para o fato de que essa doença tem grande magnitude e, ao que se refere à redução de sua incidência, há que se destacar as atividades de prevenção realizada pelas equipes da atenção primária. Sendo que estes profissionais devem atuar no reconhecimento dos fatores de risco na população, bem como na prevenção secundária, no que diz respeito à redução dos agravos em pacientes que já apresentem eventos prévios.

Grandes avanços aconteceram no tratamento dos pacientes com AVCI. Você saberia apontar qual foi o maior deles? Guarde sua resposta, pois a resgataremos mais adiante.

Como enfermeiros de urgência e emergência, precisamos ter em mente que a zona de penumbra pode ser reversível com intervenções adequadas, pois estas garantem o fluxo sanguíneo cerebral evitando o aparecimento da lesão secundária. Corroboram esta afirmação as autoras Sallum e Paranhos (2010), ao destacarem que o AVCI produz alterações estruturais e funcionais, com uma região de infarto cerebral e uma região ao redor deste infarto denominada de zona de penumbra isquêmica, conforme se pode observar na imagem abaixo:

Figura: Zona de penumbra isquêmica

Fonte: SAUDEONLINE, 2012.

Partindo desse raciocínio, entende-se que, para restaurar a região do infarto, medidas de desobstrução mecânica ou química precisam ser instituídas o mais rápido possível após o diagnóstico, caso contrário essa lesão torna-se irreversível.

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Para aprofundar seus conhecimentos no assunto, acesse o site do Medicina Net, disponível aqui.

As Evidências no Tratamento do AVCI

Nos últimos 15 anos, com o advento de novas abordagens da fase aguda dos pacientes com AVCI, destaca-se a terapia trombolítica e os cuidados em Unidades de AVC. Com os quais observou-se excepcional avanço do ponto de vista do prognóstico aos pacientes. Ambos demonstram níveis de evidência relevantes a ponto de configurarem-se como as principais formas de intervenção com melhores resultados e prognósticos.

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Para aprofundar seus conhecimentos acerca do assunto, confira o vídeo disponível aqui.

Um segundo dispositivo, chamado de Solitaire, foi considerado a grande promessa, por ter sido avaliado em estudos de braço único com 150 pacientes em Genebra e na Alemanha. Trata-se de um stent auto-expansivo, que retira o trombo recanalizando as artérias em 90% dos casos.

Palavra do Profissional
Como dar-se-á a linha de cuidado?

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Para aprofundar seus conhecimentos sobre esse procedimento, confira o vídeo publicado aqui.

Diante destas evidências, publicadas e recomendadas no mundo sobre o tratamento do AVCI, o Ministério da Saúde publicou, em abril de 2012, a Portaria nº 664, disponibilizando, para todos os profissionais que atuam nos serviços de urgência e emergência, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo. Para elaboração deste protocolo foram avaliadas metanálises, ensaios clínicos randomizados, controlados e duplo cegos, publicados até a data de 28 de fevereiro deste mesmo ano (BRASIL, 2012).

Frente a esse movimento nacional para o tratamento ao AVC, torna-se imprescindível uma campanha educativa uma vez que é necessária a consciência da população ao que se refere à detecção precoce dos sinais e sintomas observados e relatados pelo paciente. É neste sentido que esforços são empreendidos coletivamente para que a informação sobre os sinais e sintomas do AVC sejam identificados, para que, assim, possam ser tratados com a terapia trombolítica dentro da janela de 4,5 horas. Para isso, campanhas de divulgação têm sido realizadas no mundo inteiro, confira a imagem abaixo publicada nos jornais americanos:

Figura: AVC

Fonte: UNIVERSITY OF SOTHERN CALIFORNIA, 2012.

No Brasil, tais iniciativas ocuparam seu espaço, uma delas foi do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que produziu um vídeo lúdico orientando as crianças a identificar os sinais e sintomas do AVCI.

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Confira o vídeo publicado aqui.

Vejamos na próxima página o que recomenda a Portaria nº 664 (BRASIL, 2012), entre outras informações.