Módulo 7: Linha de Cuidado nas Urgências/Emergências Cárdio e Neurovasculares
Unidade 2: Cuidado de Enfermagem nas Emergências Neurovasculares

Introdução
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico - AVCI
Acidentes Vasculares Cerebrais Hemorrágicos (AVCH)

Hemorragia Intraparenquimatosa e Cuidados

Um estudo realizado no Hospital Pedro Hispano, na cidade de Porto em Portugal, revelou que os AVCHs foram diagnosticados em dez doentes, com idade média de 32 anos. A mortalidade na primeira semana foi de 11,4% nos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos e de 30% nos hemorrágicos (FONSECA; CARDOSO; COSTA, 2003). No entanto, em outro estudo realizado neste mesmo país, dados indicam que são milhões as vítimas de AVCH iniciais ou recorrentes, sendo esta a terceira maior causa de morte nos países industrializados.

Knobel et al. (2003), alerta que o pico de incidência ocorre entre 35 e 54 anos. No primeiro mês, a taxa de mortalidade atinge 43% dos casos, dos que sobrevivem, a taxa de sequelas pode chegar a 88%. O AVCH é também a grande causa de morbidade. Anualmente, 30% dos sobreviventes ficam dependentes para atividades da vida diária, 20% ficam com dependência na sua mobilidade e 16% requerem apoio institucional.

Comparando indivíduos com AVC isquêmico e hemorrágico, sobretudo no hemorrágico, a morte é mais precoce (CORREIA, 2009).

Schetino et al. (2006) relatam que há ruptura espontânea de vasos sanguíneos no interior ou na superfície do tecido cerebral. Essa alteração patológica que determina a ruptura pode ser congênita, como no caso de má-formação arteriovenosa, ou adquirida, como no caso de aneurismas saculares cerebrais, relacionados à hipertensão arterial sistêmica.

Nesta unidade, destacaremos a assistência aos usuários vítimas de AVCH, referentes à Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP) e Hemorragia Subaracnóidea espontânea (HSAe).

Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP)

Segundo Schetino et al. (2006), a HIP é a forma mais frequente de AVCH, representando 75% dos casos. Nos estados Unidos, sua incidência varia de sete a dezessete casos, por 100 mil habitantes ano.

Para diagnóstico precoce desses casos, as diretrizes clínicas, publicadas na minuta de Portaria 665 do AVC, alertam os profissionais quanto ao fato de que o quadro clínico da HIP consiste em déficit neurológico focal de início súbito, com piora clínica progressiva em poucas horas. O diferencial para o AVCI está na seguinte associação de sinais e sintomas: cefaleia intensa, náuseas e vômitos, redução do nível de consciência e grandes elevações pressóricas arteriais. Porém, em cerca de um terço dos pacientes o auge dos sintomas pode ocorrer logo no início do quadro.

ATENÇÃO: é absolutamente essencial a realização de uma TC de crânio sem contraste para a confirmação diagnóstica de AVCH (BRASIL, 2011b).

Vejamos o caso de Dona Maria de Lourdes.

Resgatamos novamente as diretrizes clínicas, publicadas pelo Ministério da Saúde, para apresentarmos os cuidados aos pacientes com AVCH por HIP.

Cuidados pré-hospitalares para a assistência ao paciente com HIP

Especial atenção deverá ser dada à confirmação diagnóstica, que necessariamente exige a realização da Tomografia de Crânio.

Saiba Mais
Os demais cuidados clínicos pré-hospitalares idênticos aos do AVCI, discutido anteriormente, encontram-se disponíveis no Portal da Saúde: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/consulta_publica_AVC.pdf.



Cuidados hospitalares para a assistência ao paciente com HIP

Para o paciente com HIP, os cuidados hospitalares para sua assistência são:

  • Proceder à intubação o orotraqueal, na evidência de rebaixamento de consciência com claro sinal clínico de insuficiência respiratória (pO2 < 60mmHg ou pCO2 > 50mmHg), ou pelo risco de aspiração;
  • Manter sedação adequada;
  • Evitar níveis pressóricos elevados.

Na próxima página, veremos a importância do controle da pressão arterial. Acompanhe!