Módulo 9: Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e da Criança: O Puerpério e o Acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento Infantil.
Unidade 6: Avaliação e classificação de riscos em saúde da mulher

Classificação de risco

Classificação de risco e vulnerabilidade

Avaliar os riscos a que estão expostos os indivíduos e os grupos familiares e igualmente a qualidade da assistência da saúde são aspectos essenciais para a prática assistencial do profissional de enfermagem na atenção à saúde da mulher. Fundamental ainda é o planejamento de cuidados pautado na integralidade da atenção, visando intervir sobre os determinantes de saúde nas múltiplas dimensões do cuidado e na melhoria da qualidade da assistência, de forma a minimizar os aspectos de vulnerabilidade detectados.

Avaliação e da classificação de risco em saúde da mulher

A classificação de risco vem sendo utilizada em diferentes países, inclusive no Brasil. Para essa classificação foram desenvolvidos diversos protocolos, que objetivam, antes de tudo, agilizar o atendimento aos que necessitam de uma atenção imediata. Por isso, todos estes protocolos são baseados na avaliação primária das pessoas, já bem desenvolvida para o atendimento às situações de catástrofes e adaptada para os serviços de urgência.

Considerando que não se trata de fazer um diagnóstico prévio nem de excluir pessoas sem que tenham sido atendidas pelo profissional médico, a classificação de risco é realizada pelo profissional de enfermagem. É baseada em consensos estabelecidos conjuntamente entre a equipe médica para avaliar a gravidade ou o potencial de agravamento do caso, assim como o grau de sofrimento do paciente. Os protocolos de classificação são instrumentos que sistematizam a avaliação – que, em muitos casos, é feita informalmente pela enfermagem.

O protocolo de classificação de risco é uma ferramenta útil e necessária, porém considerada insuficiente, uma vez que não visa apreender os aspectos subjetivos, afetivos, sociais, culturais, cuja compreensão é fundamental para uma efetiva avaliação do risco e da vulnerabilidade de cada pessoa (BRASIL, 2009).

A construção de um protocolo de classificação de risco a partir dos disponíveis na literatura, adaptado ao perfil de cada serviço e ao contexto de sua inserção na rede de saúde, é uma oportunidade de facilitação da interação entre a equipe multiprofissional e de valorização dos trabalhadores da urgência. É também importante que os serviços de uma mesma região desenvolvam critérios de classificação semelhantes, buscando facilitar o mapeamento e a construção de linhas de cuidado e redes locais de atendimento.

Um exemplo que contempla essa linha de pensamento é a Rede Cegonha. Instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como permite à criança o direito ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis (BRASIL, 2011).

Esta rede deve ser organizada de maneira a possibilitar o provimento contínuo de ações de atenção à saúde materna e infantil para a população de determinado território. Mediante a articulação dos distintos pontos de atenção à saúde, do sistema de apoio, do sistema logístico e da governança da rede de atenção à saúde, em consonância com a Portaria n. 4.279/GM/MS, de 2010 (BRASIL, 2010), a partir das seguintes diretrizes:

I - Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade; ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal.
II - Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e ao transporte seguro.
III - Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto e nascimento.
IV- Garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e quatro meses com qualidade e resolubilidade.
V - Garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo.

Prossiga seus estudos e, na próxima página, aprenda mais sobre a Rede Cegonha. Vamos!