A Rede Cegonha possui 4 componentes, sendo que o 4º refere-se ao Componente Sistema Logístico: transporte sanitário e regulação, que contempla as seguintes propostas de ação:
a) Promoção, nas situações de urgência, do acesso ao transporte seguro para as gestantes, as puérperas e os recém-nascidos de alto risco, por meio do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU Cegonha, cujas ambulâncias de suporte avançado devem estar devidamente equipadas com incubadoras e ventiladores neonatais.
b) Implantação do modelo "Vaga Sempre", com a elaboração e a implementação do plano de vinculação da gestante ao local de ocorrência do parto.
c) Implantação e implementação da regulação de leitos obstétricos e neonatais, assim como a regulação de urgências e a regulação ambulatorial (consultas e exames).
A linha de cuidado da gestante e do recém-nascido proposto, e que integra a Rede Cegonha, pode ser ilustrada por meio do Fluxograma da figura a seguir: (BRASIL, 2011).
Critérios e Indicadores da Qualidade da Atenção à Saúde da Mulher
No que se refere à atenção básica, embora os instrumentos da Avaliação para Melhoria da Qualidade - AMQ utilizados na Estratégia da Saúde da Família não contemplem especificamente a saúde da mulher, é possível identificar alguns elementos inseridos no contexto de pessoas adultas que podem ser estendidos para essa população específica. O primeiro deles diz respeito ao amplo acesso da população de baixo risco, considerando o atendimento pré-natal às gestantes de baixo risco, sabemos que este cuidado reduz consideravelmente os riscos inerentes ao processo gestacional e consequentemente os indicadores de mortalidade materna e infantil.
Avaliação para Melhoria da Qualidade (AMQ) é um instrumento utilizado na Estratégia da Saúde da Família para a identificação e o acompanhamento dos estágios de implantação, desenvolvimento e qualidade da estratégia, desde a gestão até as práticas de saúde das equipes junto à população.
O cadastramento precoce e o acompanhamento de todas as gestantes da área de abrangência da unidade são fundamentais, mesmo para aquelas que, por alguma razão, não estejam em acompanhamento na unidade local.
O enfermeiro deverá estar atento às gestantes que estiverem fazendo acompanhamento em uma unidade de referência ou em consultório privado. Deve conferir pelo cartão da gestante se ela está realizando o pré-natal regularmente, conforme preconizado pelas políticas e evidenciado pelos estudos, independentemente de as gestantes estarem fazendo acompanhamento em uma unidade de referência ou em consultório privado. Caso contrário, é papel da equipe efetuar uma busca ativa persistente, utilizando-se, se for necessário, até do apoio de outras pessoas.
Cabe ressaltar que todos os meios possíveis devem ser esgotados, pois a persistência na busca ativa deve ser feita, com o objetivo de prevenir muitos danos de maneira simples. Por exemplo, suponhamos que uma das gestantes que não esteja fazendo acompanhamento pré-natal seja HIV-positivo e que essa doença seja transmitida ao bebê. A corresponsabilidade por este fato é da sua equipe e indica necessariamente uma assistência pré-natal de baixa qualidade, mesmo que esta gestante esteja sendo acompanhada fora da sua unidade.
Acompanhe na próxima página o tema sobre a avaliação de padrões de risco e de vulnerabilidade na atenção à saúde da mulher.