Módulo 9: Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher e da Criança: O Puerpério e o Acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento Infantil.
Unidade 7: Agravos prevalentes em saúde da criança

Atenção aos agravos prevalentes na infância
Agravos nutricionais
Violência na infância

Reconhecendo os sinais de violência

É importante que os profissionais de saúde estejam alerta aos sinais e sintomas de violência. Estes se traduzem em consequências que podem ser distintas de acordo com cada etapa do desenvolvimento. Quanto mais precoce, intensa ou prolongada é a situação de violência, maiores e mais permanentes serão os danos para a criança.

A idade, o grau de desenvolvimento psicológico, o tipo de violência, a frequência, a duração, a natureza, a gravidade da agressão, o vínculo afetivo entre o autor da violência e a vítima. Bem como a representação do ato violento pela criança ou pelo adolescente, ou ainda as medidas em curso para a prevenção de agressões futuras determinam o impacto da violência à saúde para esse grupo etário (BRASIL, 2010e).

Existem diversos momentos em que os profissionais interagem com a criança e sua família e que são oportunos para identificação destes sinais e sintomas. O que nos leva a questionar/refletir sobre quais são estes momentos de interação que nos referimos?

Obtemos como resposta, que são todas as situações em que entramos em contato com a criança e a família e conseguimos observar a interação entre mãe, pai ou cuidador e aquela, ou seja, na recepção do serviço de saúde, vacina, curativo, farmácia, grupos de educação em saúde, consulta médica, de enfermagem, odontológica, psicólogo, nas visitas domiciliares, dentre outras, como na escola.

Destacamos a seguir, algumas das alterações comportamentais apresentadas por crianças de até 11 meses e de 1 a 4 anos em situação de violência, de acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2010e):

Alterações comportamentais da criança em situações de violência.

A violência psicológica na infância pode desencadear sintomas agudos de sofrimento e, progressivamente, vir a interferir no curso normal do desenvolvimento, num processo crônico que deixará sequelas em vários níveis e gravidade. Surgem como sinais de angústia e ansiedade que acabam por determinar problemas comportamentais, que fogem ao padrão habitual e motivam a procura dos serviços de saúde. Dentre os problemas de saúde mental decorrentes da violência, destaca-se também o transtorno de estresse pós-traumático, o qual comumente é desencadeado por uma situação violenta (BRASIL, 2010e)

Além dos sinais gerais de danos emocionais citados anteriormente, também se suspeita de violência quando a criança apresentar os seguintes sinais: Veja na animação:

As medidas protetivas contra a violência à criança são uma necessidade que deve ser atendida por todos os membros da sociedade. Os profissionais de saúde têm o dever de conscientizar e sensibilizar a população sobre o tema e a necessidade de reconhecer a criança como um ser de direitos, que precisa da família, da proteção e do atendimento das suas necessidades básicas para que se desenvolva de forma saudável.

Enfoque na Comunicação

Em todos os momentos de atendimento às crianças devemos estabelecer boa comunicação com as mães e cuidadores:

• Escutar atentamente o que dizem.
• Utilizar palavras que eles possam entender.
• Dar tempo para eles responderem.
• Fazer perguntas adicionais, estabelecendo diálogo e interação.

Palavra do Profissional
A enfermagem deve construir um cuidado visando contribuir para solucionar os problemas que afetam a saúde das crianças; mudar o enfoque da atenção à doença para a atenção global à criança; utilizar tecnologias adequadas para avaliação, assistência e tratamento das enfermidades mais frequentes e; enfatizar a importância da participação da família e da comunidade.

Como estudamos, as ações básicas de saúde têm se constituído em um dos alicerces para a diminuição da morbimortalidade das crianças menores de cinco anos, em decorrência dos agravos prevalentes.

A equipe de saúde, especificamente a enfermagem, precisa saber avaliar a criança de acordo com a sua idade e identificar os sinais de risco, para planejar e implementar uma assistência de forma adequada.