Ao final deste estudo o aluno será capaz de apreender e efetivar as dimensões do cuidado na atenção psicossocial.
Dimensões do cuidado na Atenção Psicossocial
Ao estudarmos os seres humanos nos deparamos com indivíduos multidimensionais e complexos (MORIN, 2006a), o que contempla os aspectos biológico, psíquico, social, afetivo e racional. São seres que trazem em si sua individualidade/coletividade, autonomia/dependência/ interdependência, que convivem culturalmente com regras, normas, proibições, estratégias, crenças, ideias, valores e mitos, mas que também convivem com desregramentos, pertencentes a uma sociedade que comporta as dimensões histórica, econômica, sociológica e religiosa.
Porém, muitas vezes quando realizamos o cuidado, damos atenção apenas aos órgãos, patologias, sinais e sintomas clínicos e, com isso, a relação e interação entre as pessoas ficam prejudicadas (BAGGIO; CALLEGARO; ERDMANN, 2009).
Espera-se que o cuidado seja voltado não só para visão biológica e biomédica, mas que integre as diversas unidades e multiplicidades dos seres. As ações dos profissionais de saúde precisam ser eficazes, contudo, precisam valorizar também a subjetividade do ser humano (BAGGIO; CALLEGARO; ERDMANN, 2009).
Nesta perspectiva, o cuidado também possui várias dimensões a serem consideradas para atender às diferentes necessidades do indivíduo. São estas dimensões que norteiam todo o planejamento deste cuidado, sendo de fundamental importância tanto na atualização das políticas públicas de saúde da atenção psicossocial, quanto na qualificação de profissionais atuantes na área. (BAGGIO; CALLEGARO; ERDMANN, 2009).
Discutirmos as dimensões do cuidado na atenção psicossocial não é simples, pois este campo vem se (re) construindo diante das transformações ocorridas pelas tensões entre os paradigmas manicomial e psicossocial (WETZEL et al., 2011). Na ótica do paradigma manicomial, o indivíduo era visto como uma “doença mental” que ameaçava a sociedade oferecia risco à sua integridade e do grupo que o cercava. Ele devia ser excluído do convívio social, tendo como única forma de tratamento a internação (ROTELLI, 1990). Já na proposição do paradigma psicossocial, o indivíduo é considerado uma pessoa com transtorno mental e pertencente a um grupo social (família e/ou comunidade), em que são consideradas as dimensões biopsicosocioculturais na atenção em saúde mental (COSTA-ROSA, 2000).
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